O evento, realizado na sede da Fapesp, em São Paulo, foi a terceira convenção realizada pelo Projeto GSB, depois de reuniões ocorridas na Holanda e na África do Sul. Mais duas convenções estão marcadas, para junho, na Malásia, e julho, nos Estados Unidos. O objetivo principal é fornecer uma plataforma para oportunidades, desafios e preocupações regionais e transnacionais relacionados à bioenergia.
Na sessão de encerramento, os organizadores manifestaram que o continente latino-americano provou ter potencial para assumir um importante papel no fornecimento de biocombustíveis para a crescente demanda local e global. A produção de etanol no Brasil e de biodiesel na Argentina foram apontadas como experiências bem-sucedidas de uso da bioenergia para um desenvolvimento sustentável.
De acordo com o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, a convenção realizada no Brasil obteve sucesso ao levar à comunidade científica internacional envolvida com o Projeto GSB a visão dos brasileiros e latino-americanos sobre as grandes oportunidades que os biocombustíveis podem representar.
? O Brasil tem uma posição muito especial ? tanto no grupo envolvido com o Projeto GSB como no mundo ? no debate internacional sobre biocombustíveis, já que é o único país que realizou a substituição em larga escala da gasolina por biocombustíveis. Por outro lado, o GSB cria uma caixa de ressonância para as ideias brasileiras nessa área ? disse.
O presidente do comitê diretor do projeto GSB, Lee Lynd, professor de biologia do Dartmouth College (Estados Unidos), lembrou que o Brasil representa metade da bioenergia produzida na América Latina.
? E o mais impressionante é que o país ainda tem muito a crescer nesse setor. Mas talvez fosse melhor que alguns de seus vizinhos também mantivessem a produção de biocombustíveis para trocar produtos e tecnologias ? afirmou.
Segundo ele, o país tem um papel de liderança na pesquisa, na produção e na implementação de sistemas de bioenergia.
? O uso de bioenergia no Brasil e nos Estados Unidos não tem paralelo no mundo. Mas os Estados Unidos são mais defensivos ao analisar mecanismos de sustentabilidade ? disse Lynd.
O comitê responsável pela organização da convenção latino-americana do GSB prepara uma resolução a respeito da importância, do papel e do desenvolvimento da bioenergia sustentável no continente, que será divulgada na próxima semana.