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Convênio pretende aumentar exportações de cafés especiais em até 30%

Acordo foi firmado entre a Associação Brasileira de Cafés Especiais e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos

café torrado
Foto: Pixabay

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, Brazil Specialty Coffee Association, na sigla em inglês) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) assinaram um convênio com o objetivo de estimular as vendas de cafés especiais no mercado externo. O acordo tem duração de 2 anos e pode ser prorrogado por mais tempo.

Estima-se que em 2018 as exportações de cafés especiais cheguem a 7,7 milhões de sacas, o que representa um faturamento de mais de US$ 2 bilhões. Com a assinatura do convênio, o objetivo é aumentar esse valor em até 30% até 2021. As ações serão mais direcionadas para os países asiáticos.

Para o presidente da Apex, Roberto Jaguaribe, a consolidação da marca nessa região oferece uma nova oportunidade: “[Esse mercado] não possui uma percepção tão ativa como aquela que já está consolidada seja na Europa, seja nos Estados Unidos.”

A coordenação das ações é uma parte importante do projeto. Segundo Igor Brandão, gerente de agronegócio da entidade, o programa tem vários eixos. “A primeira parte é a de inteligência, em que a gente visita mercados internacionais para entender o potencial. Tem uma parte voltada à promoção, especificamente participar de feiras e fóruns internacionais em que os importadores estão presentes. Outra parte é voltada para a imagem do nosso café, ratificando a posição do Brasil como ‘nação do café’. Também estamos apostando muito na questão do barismo, trazendo baristas internacionais para conhecer o produto do país”, diz Brandão.

Não é só no exterior que os cafés diferenciados tem ganhado espaço. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Cafés Especiais mostra que, até 2021, o consumo desse produto deve ultrapassar a marca de um milhão de sacas por ano. Esse crescimento, que vai na contramão da situação econômica nacional, tem um motivo.

Para Carmem Lúcia Chaves de Brito, presidente da associação, o café tem um efeito agregador: “Ele converge, ele chama pessoas para coisas que têm um valor intrínseco, e elas não medem o bolso em relação a isso. Eu acredito que tudo isso tem trazido uma mobilização importante para nós. Mesmo neste momento de crise, a gente está vendo um crescimento substancial do consumo dos cafés especiais”.

Segundo o cafeicultor Caio Branco Villar, a lucratividade dos cafés especiais também é maior. “Em uma saca de café convencional, como por exemplo o café verde, a gente tem o valor de R$ 460 ou R$ 470. Depois que transformamos em café especial, você consegue ter o valor de R$ 2.700 na venda dessa saca. Tudo vai depender do valor do quilo que você vai revender esse produto”, diz ele.