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Convivendo com avanço urbano, sojicultores de Medianeira (PR) têm a terra roxa como aliada

Apesar do aumento das áreas urbanas no município, a produção de soja segue firme e o solo argiloso da região ajuda no desenvolvimento do grão

Roberta Silveira | Medianeira (PR)

As áreas urbanas estão crescendo gradativamente nos municípios do interior e avançando sobre as terras da agricultura. A Equipe 2 da Expedição Soja Brasil visitou a cidade de Medianeira, no sudoeste do Paraná, e acompanhou essa transformação.

Se a agricultura é a atividade tradicional do município, a construção civil vai abrindo caminho no campo. É possível observar a construção de casas do lado da lavoura. A tendência é de que, com o passar dos anos, algumas áreas nem tenham mais soja, milho e nem trigo plantados, a paisagem será ocupada por casas.

– Já tive proposta para vender (a fazenda), para fazer loteamento. A gente está pensando seriamente nisso. Vender e adquirir uma área maior de terra. Ir para outro lugar? Talvez aqui na região mesmo seja melhor, porque já estamos acostumados, já conhecemos as terras daqui, que são boas e produzem bem – explica o sojicultor Léo Luiz Dotto.

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Porém, enquanto os loteamentos residenciais não avançam mais, a terra roxa é uma aliada para que esta seja uma ótima safra de soja na região. Medianeira tem uma população de pouco mais de 40 mil habitantes e está a 580 km de Curitiba. Durante viagem pela cidade, visitamos a propriedade de Dotto. Ele nos mostra a lavoura de soja plantada no início de outubro e que ganhou fôlego após a chuva na semana anterior.

– (A lavoura) deu uma endireitada boa, está bonita. Apesar que sofremos uns 20 dias de estiagem, mas com isso ela enraizou, tá bom de enraizamento. O desenvolvimento da planta foi bom até agora. A gente espera uma produção boa e que não tenha dado perda nenhuma até agora – comenta.

O sojicultor costuma fazer três aplicações de inseticidas e duas de fungicidas durante o ciclo, mas, quase um mês após a semeadura, nenhuma praga apareceu na lavoura dele.

– Este ano, até agora, não fiz nenhuma aplicação de inseticida. Até agora está bem tranquilo. Nem praga, nem lagarta, nem broca não deu. Espero que continue assim, mas elas costumam atacar mais tarde – relembra o produtor rural.

Até existem registros de ataque de lagartas na região, mas eles vêm sendo controlados sem maiores problemas. Uma das vantagens dessa parte do Paraná é o solo muito fértil, a chamada terra roxa.

– O nosso solo é um solo argiloso, ele tem todas as características boas para a produção de soja, e nós estamos tentando recuperar ele na maior parte dos produtores, com calagem, adubação, conforme a necessidade, para que ele seja um solo bem produtivo – reforça o engenheiro agrônomo Odacir Oro.

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A produtividade esperada nas terras do sojicultor Léo Luiz Dotto é de 70 sacas por hectare, com custo médio total de 30 sacas por hectare. Outro segredo para terras tão produtivas é a utilização de adubos orgânicos das granjas de aves e suínos.

– Eu tenho feito recuperação com esterco. A cada quatro ou cinco anos eu faço uma adubação com adubo orgânico – afirma.

Em Medianeira, todo o plantio já foi concluído. O produtor Dotto, que tinha trigo plantado antes da soja, pensa em fazer a segunda safra de milho, mas ainda não tem certeza. Tudo vai depender do preço. Uma das cooperativas da região nunca teve tanto milho armazenado. Os silos têm mais de 900 mil toneladas do cereal.

– O produtor não está vendendo, ele está segurando porque está insatisfeito com o preço. Isso também força o aumento do preço do milho para o próximo ano – explica Irineo da Costa Rodrigues, presidente da cooperativa Lar.

Veja a reportagem completa:

Acompanhe o trajeto da Equipe 2 da Expedição Soja Brasil:

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