— O interessante é que boa parte desse volume exportado é representada por pequenos produtores, já que dos cerca de 12 mil cooperados perto de 80% são pequenos e médios cafeicultores — afirma.
Ferreira Leite salienta que os produtores cada vez mais estão se dedicando a produzir café de qualidade, com alto valor agregado.
— Há um crescimento de produto certificado, mostrando a conscientização do produtor, do exportador e da indústria em relação à importância da produção ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. É uma tendência irreversível para todos os tipos de alimentos. E o Brasil vem respondendo bem a isso — garante.
Quanto à entrega do café brasileiro na Bolsa de Nova York, que será permitida a partir de 2013, Ferreira Leite comenta que “é uma coisa boa”.
— Teremos uma base de preço para o nosso café — disse.
Ele considera, no entanto, que dificilmente o Brasil entregará grandes volumes inicialmente, “porque o mercado está pagando mais do que a bolsa”. Além disso, ele explica que o volume de café cereja descascado, que será aceito na bolsa, ainda é limitado no país.
— Só é possível processar o cereja descascado a partir do grão maduro. Mas é difícil, como produtor, colher todos os grãos maduros ao mesmo tempo. Você só colhe um porcentual de grãos maduros, que tradicionalmente não passa de 25% — justifica.