Como em todo primeiro encontro, é preciso se conhecer primeiro. Cada país apresentou seus indicadores, revelando o perfil e o potencial econômico de suas cooperativas. E o Brasil sabe que a relação com Rússia, Índia e China pode virar um bom casamento.
Enquanto vendem soja, as cooperativas brasileiras compram da China o malte usado na fabricação de cervejas. Ao mesmo tempo, abastecem com açúcar o mercado indiano. E recebem da Índia equipamentos para a produção de têxteis. Para a Rússia, exportam carne suína. De lá, vem fertilizantes usados na produção agrícola.
As cooperativas já são responsáveis por quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio. A riqueza gerada pelas exportações vem, principalmente, do setor sucroalcooleiro, das cooperativas de soja e de carnes. Agora elas querem crescer mais, ampliando as vendas e conseguindo mais vantagens na compra de matérias primas da Índia, Rússia e China.
? O pessoal da Índia já me procurou e quer conhecer uma cooperativa exportadora de açúcar e álcool ainda nesta viagem. Estamos tentando agendar isso. Nós esperamos que estas oportunidades nos ampliem as condições de mercado ? afirma o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Freitas.
Para o ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Daniel Maia, as negociações em bloco trazem mais benefícios para os pequenos produtores. Hoje 82% dos agricultores cooperativados trabalham em propriedades com menos de 50 hectares.
? Certamente o pequeno produtor brasileiro, o agricultor familiar brasileiro, vai se tornar mais protegido e com melhores condições de comercialização do produto.
Na sexta, os representantes das cooperativas apresentam um documento com os resultados do encontro e as próximas metas. Uma nova reunião acontece em dezembro, na Índia.