Cooperativas exportaram mais de US$ 2 bilhões de janeiro a maio

Desafio é fazer com que associações de agricultores familiares ganhem espaço nos negóciosAs cooperativas brasileiras exportaram mais de US$ 2 bilhões de janeiro a maio. O desafio é fazer com que as associações de agricultores familiares ganhem espaço nestes negócios. O assunto está sendo discutido em Brasília, no III Congresso Nacional do Cooperativismo Solidário.

Mais de 600 lideranças elaboraram um documento com as prioridades do setor. Entre elas, atualização da lei geral do cooperativismo, que é da década de 70, e os altos tributos.

? Nós precisamos avançar na questão da legislação tributária, que não diferencia as grandes cooperativas das pequenas cooperativas. Nós precisamos adequar a questão da legislação sanitária, para que produtos da agricultura familiar possam ser beneficiados, agregado valor, e comercializados tanto no município, como no Estado, mas também a nível nacional e até internacional ? explica o presidente da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar (UNICAFES), José Paulo Ferreira.

Amostras dos produtos de cada região dão ideia da diversidade. Uma grande variedade de ervas medicinais, de uma central de associações de pequenos produtores, foi levada pelo agricultor Hilário Horodenski, de Guarapuava, no Paraná.

? Nós trouxemos em torno de 25 espécies que são da nossa região, algumas de fora, mas 90% da nossa região, entre elas as mais conhecidas, como a macela, a camomila, a carqueja, e outras ? conta.

A novidade é a porção de pólen.

? É um remédio natural, 100% natural, um coquetel de flores ? explica Horodenski.

Em outro espaço estão sementes crioulas trazidas de várias regiões do país.

? As variedades crioulas são sementes tradicionais, trabalhadas pelos agricultores familiares, um trabalho que vem desde nossos avós, nossos pais, e a gente vem fazendo este resgate das variedades e a multiplicação das mesmas ? conta o agricultor Aparecido Alves de Souza, de Grande Sertão, MG.

O feijão amarelinho e outras variedades quase extintas começam a ressurgir no campo.

? Eu gostaria de dar um destaque para o milho asteca, que ele é uma variedade que é bastante adaptada às condições dos agricultores familiares ? complementa Aparecido.

Peças feitas da fibra do buriti, comum na região do Cerrado, estão na amostra.

? Cada peça é um modo diferente, já tem um modo de se fazer. O chapéu é feito na colagem ? explica a artesã Domingas Silva Rocha, de Barreirinhas, MA.

O objetivo de reunir tantas experiências é conquistar um espaço maior no mercado.

? Aqui nós conversamos sobre crédito, sobre assistência técnica, sobre comercialização, sobre indústria, então há uma oportunidade muito grande de diálogo ? ressalta Ferreira.

O evento termina nesta quinta, dia 21. A expectativa é que as demandas sejam apresentadas nos próximos dias à Presidência da República.