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Cooperativas do Paraná estimam prejuízos de R$ 1 bilhão

Em mais de dez dias de paralisação dos caminhoneiros, a Ocepar confirmou o descarte de 25 milhões de litros de leite e 30 milhões de pintinhos

Fonte: Arquivo/IMA

Após mais de dez dias de paralisação de caminhoneiros, muitos setores da agropecuária brasileira estão fazendo um balanço dos prejuízos acumulados. E, não foi diferente no Paraná. Por lá, segundo o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar), levantamentos iniciais apontam perdas na casa de R$ 1 bilhão somente para o setor cooperativista.

Os prejuízos foram provocados devido a interrupção das atividades em 25 agroindústrias que atuam nos setores: lácteos, carnes, grãos, açúcar e álcool e fertilizantes. Diariamente, nove plantas deixaram de abater 2,3 milhões de cabeças de aves, quatro deixaram de abater 12,7 mil cabeças de suínos, duas deixaram de abater 180 mil tilápias e seis agroindústrias deixaram de processar 3 milhões de litros de leite por dia.

Retomada

Com fim da greve, das 25 unidades cooperativas em pausa, na última quinta-feira, dia 31, 16 já haviam retornado à normalidade e outras 9 farão em breve.

“Essas perdas também atingem os cooperados, que deixaram de fornecer seus produtos para as agroindústrias, sem falar nos 35 mil funcionários que foram dispensados durante o período”, afirma a Ocepar em nota.

Segundo a entidade, as cooperativas agropecuárias do Paraná reúnem mais de 167 mil produtores cooperados, responsáveis por um faturamento anual de aproximadamente R$ 57 bilhões, ou seja, movimentação econômica diária de R$ 150 milhões, gerando empregos e distribuindo riquezas nos 399 municípios. “No Paraná, 60% da produção de grãos passa pelas cooperativas, 50% da ração, 53% do beneficiamento de leite, 57% do abate de suínos, 37% das aves”, diz a entidade.

Lácteos

Produtores cooperados, juntamente com as seis agroindústrias de processamento de leite das cooperativas paranaenses, tiveram que descartar durante a paralisação, mais de 25 milhões de litros de leite impróprios para o consumo, um prejuízo estimado de R$ 32,5 milhões.

“Nesta conta não está o prejuízo com produtos industrializados estocados e que agora precisam passar por avaliação técnica se podem ou não ser comercializados, o que que poderá aumentar ainda mais os prejuízos com possíveis descartes”, conta.

Com a paralisação do transporte, 30 milhões de pintainhos tiveram que ser sacrificados, não conseguiram chegar até as granjas.  Em todo o estado, o setor possui em alojamento 215 milhões de aves.

Defesa Civil

A convite do governo estadual, a Ocepar passou a compor o Gabinete de Crise, com um assento na Defesa Civil, através do superintendente, Robson Mafioletti, em companhia de profissionais de outras entidades, entre elas a Secretaria de Agricultura, Paulo Roberto Meira e da Fiep, João Arthur Mohr.

“Nesses 10 dias, em parceria com a Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e depois com a participação do Exército, conseguimos facilitar, através de um adesivo, a circulação de produtos importantes, como ração para aves, insumos para ração, leite in natura e animais vivos. Negociamos tudo com a Defesa Civil e com os líderes do movimento”, afirma Mafioletti.

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