Mário Reis tem uma lavoura em Florestópolis (PR), com uma variedade transgênica. Tradicional produtor de soja e milho, ele escolheu, pelo segundo ano, o algodão como alternativa para rotação de culturas, mais do que pela renda. O agricultor investiu em irrigação para garantir produtividade e não se arrepende.
O produtor faz parte de um grupo de 40 agricultores ligados a uma nova cooperativa formada há quatro anos só para fomentar a cotonicultura no Paraná. De 1980 a 1996, o Estado foi o primeiro produtor nacional, estando hoje na sétima posição. Nesta safra, a área foi reduzida em 46%.
Na década de 1980, o Paraná tinha 700 mil hectares com algodão, enquanto atualmente são 5,5 mil. No caso dos produtores que fazem parte do grupo, a cooperativa garante o preço de R$16 por arroba, dois a mais do que o mínimo. É uma tentativa de não deixar morrer a atividade no Estado.
A colheita mecanizada é outra forma de apoio. As máquinas são alugadas pela cooperativa. A colheita manual acabou por falta de mão-de-obra. Outra tentativa com menos custo é a lavoura convencional, mas a produtividade também é mais baixa. A previsão de colheita é de nove mil e setecentas toneladas. No Brasil, a redução de lavouras de algodão chega a 21,3%. O produto, que fez fortunas no país há 30 anos, agora só enriquece a nostalgia.