Cooperativas paulistas fecharão o ano com recorde de faturamento

Faturamento do setor deverá ser superior a R$ 12 bilhõesAs cooperativas agrícolas do Estado de São Paulo devem fechar o ano com um faturamento superior a R$ 12 bilhões. Muito disso se deve às exportações. O saldo da balança comercial do setor no Brasil será recorde em 2011. Entretanto, poderia ser ainda melhor, se não dependessem de um intermediário no mercado.

Juntos, açúcar refinado, café e soja em grãos somaram US$ 5,6 bilhões nas exportações feitas pelas cooperativas brasileiras em 2011. Tirando o que entrou no país, o saldo foi muito de positivo. Este ano as cooperativas importaram o equivalente a US$ 322 milhões.

Com tudo isso, o superávit da balança comercial chegou a US$ 5,329 bilhões, 37% a mais do que em 2010. O dado é de janeiro a novembro. Ainda falta o último mês deste ano pra fechar as contas.

– O ano de 2011 está sendo de ótimos resultados. A expectativa é que o setor cooperativista agropecuário cresça em torno de 14% e atinja um faturamento de R$ 12,5 milhões – afirma o consultor da Ocesp Antônio Pedro Pezzuto.

Dos 27 Estados brasileiros, 20 exportaram produtos agrícolas através das cooperativas. Em São Paulo, movimentaram US$1,8 bilhão. Em segundo lugar, estão as cooperativas do Paraná, seguidas de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Entretanto, apesar do bom desempenho das cooperativas durante 2011, a participação deste setor na pauta brasileira de exportações não atinge os 5%.

– Tradicionalmente o mercado de café durante estes últimos anos foi dominado ou comandado por empresas exportadoras e o produtor em si não tinha suporte pra fazer uma exportação direta – diz o gerente geral da Coopinhal, Daniel Gozzoli.

As cooperativas de produtores de Espírito Santo do Pinhal e região têm mais de 50 anos. Pertencem a 516 cafeicultores, que contam com uma grande estrutura para fazer seus negócios, que giram em torno de atividades como a classificação do café, a armazenagem, e ainda, a assistência técnica e serviços, como a venda de insumos. No entanto, de acordo com Daniel Gozzoli, para exportar os cooperados dependem ainda de um intermediário no mercado.

– A exportação acaba acontecendo via exportador, que é um player, um negociador de mercado. Esse negociador compra o café do produtor via cooperativa e faz a exportação, o que acaba diminuindo o valor e a rentabilidade deste produtor – avalia Gozzoli.

O faturamento da cooperativa este ano vai chegar a R$ 60 milhões. Se os negócios com exportações fossem feitos diretamente poderia ser, no mínimo, 12% a mais.

– Nós aqui na Coopinhal, por exemplo, já temos um projeto para 2012, de começar a acionar o mercado que é muito travado na gestão comercial. E poder transferir renda direta ao produtor com a exportação via cooperativa – afirma Daniel.