A reivindicação é antiga, mas a crise econômica trouxe novos problemas. De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a escassez de crédito tem agravado a situação do setor, que reúne mais de 1,6 mil cooperativas agropecuárias. São 968 mil associados e aproximadamente 134 mil empregados. Segundo o presidente da entidade, Márcio Lopes, R$ 2 bilhões dariam fôlego ao setor, que aguarda ainda outras linhas de crédito.
? Que saiam as linhas novas que estamos buscando desde 2004, especialmente essa linha de cotas. Nós necessitamos que haja esse recurso para agüentar o momento em que vivemos ? disse Lopes.
A aposta do setor é que o valor esteja incluído no orçamento do Plano Agrícola e Pecuário, que de acordo com o governo federal deve ficar em torno de R$ 90 bilhões. O lançamento está previsto para a segunda semana de maio.
O ministério da Agricultura afirma que o assunto está sendo discutido, mas ainda não há previsão para a liberação do dinheiro. Enquanto isso, o governo argumenta que outras linhas de crédito têm compensando essa demanda não atendida.
? Nós temos alocado um volume de recursos substancial, tanto no Prodecop, para financiar operações de investimentos e, mais recentemente, fortalecido também o capital de giro dissociado de investimento ? disse o diretor de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wilson Vaz.
Representantes de cooperativas agropecuárias de oito Estados estão elaborando uma pauta de reivindicações que incluem demandas relacionadas ao crédito rural. Em duas semanas, o documento será entregue ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.