Coordenador da The Nature Conservancy diz que pagamento por controle ambiental é uma realidade

Projetos de conservação florestal pode render créditos a produtores brasileirosO coordenador de Projetos Florestais da The Nature Conservancy, Gilberto Tiepolo, participou da Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central, na última sexta, dia 12, em Goiânia (GO). Gilberto trouxe novidades a respeito de oportunidades de negócios a produtores que respeitam o meio ambiente, realidade presente no Brasil.

Conforme Tiepolo, até o ano 2000 não havia uma grande preocupação com as questões ambientais, algo que começou a mudar com as crises econômicas mais recentes.

? A partir de então foi estabelecido um novo paradigma de conservação do meio ambiente, criando-se oportunidades de pagamento por serviços de preservação. Hoje, em muitos países já existem produtores que estão sendo remunerados por controlar a erosão do solo, por proteger bacias hidrográficas, controlar a emissão de gases poluentes, entre outras ações ? comenta.

Tiepolo afirma que as preocupações das empresas estão cada vez maiores com o meio ambiente, investindo em produtos agrícolas certificados como de baixo impacto ambiental, protetores dos mananciais hídricos e com baixa emissão de carbono.

? Há, hoje, uma tentativa global de reduzir ao máximo as emissões de gases que provocam o aquecimento global, que não desmatam, que conservam e restauram o meio ambiente, num negócio que, somente em 2009, rendeu a cifra de US$ 143,7 bilhões ? disse.

No Brasil, há projetos sendo realizados em praticamente todos os Estados.

? No Estado de São Paulo, por exemplo, existe um projeto sendo adotado em bacias hidrográficas de conservação dos mananciais de água, através da Lei das Águas, que arrecadou mais de R$ 15 milhões, que estão sendo aplicados diretamente em obras de saneamento e conservação dos mananciais hídricos.

Para vir a se beneficiar pelas ações de proteção ambiental rural, é preciso que o produtor procure a entidade e faça um cadastro ambiental ou por serviços ambientais.

? A partir disso, é elaborado um projeto, que necessita ser validado e registrado. Posteriormente, ele passa por um monitoramento e uma verificação a cada cinco anos, para posteriormente esse projeto passar a render créditos aos produtores. O valor a ser recebido é muito variável. Tivemos casos no Rio de Janeiro em que o valor ficou em R$ 20 por hectare. Já no Paraná, outro projeto rendeu em torno de R$ 563 por hectare. Logo, a remuneração varia de projeto para projeto ? explica.