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Agronegócio

Coronavírus: Embrapa ensina como lavar corretamente suas hortaliças

Muitas pessoas estão em dúvida sobre a higienização dos alimentos e as hortaliças são os itens mais complicados, pois são consumidos crus. Confira!

folhagem hortaliça verduras
Foto: Embrapa

Em tempos de mudanças de hábitos e atitudes de higienização, frente à necessidade de se prevenir contra o novo coronavírus, a maneira correta de lavar os alimentos tem gerado muitas dúvidas. Entre eles, uma categoria se destaca, devido sua complexidade: as hortaliças, que também podem representar um meio de transmissão de doenças se estiverem contaminadas.

Como pela aparência não é possível identificar se elas apresentam contaminação por microrganismos, o jeito é higienizar todos assim que chegar em casa, pois normalmente o consumo deste produtos é feito cru e a lavagem apenas com água não garante a descontaminação.

De acordo com a pesquisadora Lucimeire Pilon, da área de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças, é essencial fazer a lavagem correta destes alimentos antes do consumo.

“Para todas as hortaliças, incluindo as folhosas e as que são consumidas cruas, a receita é realizar a pré-lavagem com sabão alcalino próprio para alimentos, seguida do enxague em água corrente e depois a imersão em água com produto sanitizante, como hipoclorito de sódio ou dióxido de cloro”, afirma Lucimeire.

A sanitização com cloro, segundo ela, é indispensável antes do consumo de todas as hortaliças, sem distinção quanto àquelas que serão consumidas com ou sem casca. Em relação ao processo de higienização das folhosas, a pesquisadora chama a atenção para a necessidade de retirar folha por folha, eliminando aquelas com danos aparentes, antes de iniciar a lavagem.

Prevenção

Para a pesquisadora Iriani Maldonade, também da área de Pós-Colheita da Embrapa Hortaliças, é importante que o consumidor adote alguns cuidados no momento da compra para se prevenir contra possível contaminação e, também, para evitar contaminar os produtos, já que os alimentos são manuseados por clientes nas gôndolas onde ficam expostos.

A pesquisadora também reforça a necessidade de manter uma certa distância de outras pessoas e o uso de máscaras, como já vem sendo orientado pelos órgãos de saúde. “Como não existem ainda estudos conclusivos sobre quanto tempo o vírus fica ativo no ar ou nas superfícies dos produtos, a prevenção é o melhor caminho”.

“É bom lembrar que todo o processo é amplo e envolve desde o cultivo no campo, colheita, pós-colheita, armazenamento, transporte, pontos de venda e, na ponta, o consumidor”, sublinha a pesquisadora, para quem, tendo em vista a linha ascendente dos contágios, “todo esforço é válido como contribuição para que esse avanço seja freado”.

Na mesma linha de raciocínio, a pesquisadora Alice Nagata, da área de Virologia Vegetal, reforça as recomendações a respeito do tratamento que deve ser dispensado às hortaliças, e chama a atenção para a questão que vem sendo levantada sobre o tempo de permanência do vírus nos alimentos.

“Esse tempo é extremamente variável, de acordo com fatores como temperatura, umidade, tipo de superfície e presença de outros materiais e microrganismos: o vírus é mantido ativo por mais tempo em condições de baixa temperatura, por exemplo, em sala com ar condicionado e em geladeira, sendo que o ambiente seco também é favorável para aumentar a longevidade da partícula viral”, explica Nagata.

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