O surto de coronavírus é um risco negativo para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segundo o Rabobank, embora a instituição mantenha sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano em 2%. No entanto, para 2021, o banco cortou sua previsão para a alta de PIB brasileiro de 3% para 2,5%.
O Rabobank afirma que o componente atual dos dados de sentimento econômico e do mercado de trabalho sustenta a expectativa de um avanço de 2% do PIB neste ano, mas que há riscos para essa previsão quando o componente da confiança na economia é analisado. “Especialmente no final do ano, isso poderia deixar uma base menor para o crescimento de 2021”, acrescenta a instituição financeira.
Segundo o banco holandês, a velocidade com que o coronavírus está se espalhando ‘hipnotizou os mercados e desencadeou outra aversão a risco nesta semana’. Na visão do Rabobank, apesar da desvalorização do real, que fechou a sexta, 28, em novo recorde nominal, o hiato do produto ‘permanece grande’ e não deve haver uma pressão inflacionária no país.
A instituição ressalta que, na próxima semana, os mercados financeiros ficarão de olho no resultado do PIB do Brasil no quarto trimestre de 2019. O banco prevê um crescimento de 0,7% entre outubro e dezembro, na comparação trimestral, e uma alta de 1,2% do indicador em 2019, em relação ao ano anterior.
“Apesar do ganho marginal, o cenário subjacente ainda é de uma recuperação pós-recessão muito gradual, com obstáculos cíclicos e estruturais impactando a economia brasileira”, analisa o Rabobank.