O ritmo dos embarques de soja ao exterior em março trouxe recordes ao Brasil. Isso porque, em meio à pandemia do coronavírus e todas as consequências para a economia com o isolamento social e as restrições determinadas por uma série de países o dólar se valorizou e os preços da oleaginosa subiram. Consequentemente a comercialização ganhou força no período.
Nos portos brasileiros, a saca de 60 quilos da soja acumulou valorização de mais de 11% no mês passado. Em Rio Grande, o preço bateu em patamar histórico, subindo 11,4% e pulando de R$ 92 para R$ 102,50. Comportamento semelhante ocorreu em Paranaguá, onde a cotação subiu 11,6%, saltando de R$ 90,50 para R$ 101.
O impulso aos preços foi dado pelo câmbio. No período, o dólar subiu 15,95% em março e 29,5% no trimestre, encerrando o mês na casa de R$ 5,20 e dando competitividade à soja brasileira. “Nem mesmo o comportamento negativo dos contratos futuros conteve os preços domésticos.”
Já na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio tiveram queda de 1,17% em março e de 8,93% no trimestre. No encerramento de abril, a posição era cotada a US$ 8,82 por bushel.
Na avaliação do analista, o governo vai fazer de tudo para que nenhum porto paralise suas operações.
“O que está acontecendo é um pouco de atraso nos embarques. Uma parte dessas operações previstas para março foi deslocada para abril. Alguns de abril podem ser adiados para maio, mas nada que comprometa o volume que o Brasil vai exportar na temporada. Foram poucos cancelamentos”, diz Gutierrez.
Segundo Gutierrez os registros de exportação estão bem fortes. “Claro que é importante continuar monitorando e vendo o que vai acontecer daqui para frente, mas a princípio está tudo dentro do normal”, reitera.
Ele destaca que a China está voltando com força para o mercado e há notícias de que o esmagamento chinês está voltando a aumentar. “A demanda chinesa deve ficar forte nas próximas semanas.’