Os detalhes da negociação, avaliada em US$ 12 bilhões, foram anunciados em entrevista coletiva em São Paulo. A Cosan entra com a liderança na produção de etanol e a Shell, com uma rede de distribuição de quase três mil postos espalhados pelo país. Para os dirigentes das duas empresas, a associação ajuda a consolidar o Brasil como um dos principais produtores e distribuidores de combustíveis renováveis do mundo.
? É o passo que estava faltando para o etanol se tornar commodity mundial ? afirmou o presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto Mello.
Esta mesma opinião tem o diretor mundial da Royal Dutch Shell, Mark Williams. De acordo com ele, com a produção de etanol da Cosan e a cadeia de distribuição e comercialização da Shell, o etanol brasileiro irá aumentar seu acesso a mercados internacionais hoje fechados para o produto. Williams, que está em Londres, participou da coletiva com jornalistas no Brasil por meio de teleconferência. Ele disse que a Shell também irá expandir o alcance tecnológico do etanol por meio de duas empresas que estão entrando na joint venture, a Iogen e a Codexis.
A Cosan entra na associação com todas as 23 usinas do grupo. O grupo tem capacidade para moer 60 milhões de toneladas de cana e produzir dois bilhões de litros de etanol por ano. A companhia já contava com 1.730 postos de serviços e terminais de distribuição, porque já havia adquirido a Esso e parte dos postos Petrosul. Agora, com os 2.740 postos da Shell, o grupo passa a controlar quase 4,5 mil pontos de distribuição.
A Cosan também entra com 15 plantas de cogeração de energia. A soma de todos os ativos que entram na associação com a Shell representa quase US$ 5 bilhões), cerca de 70% do patrimônio líquido do grupo.
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A Shell, terceira empresa petrolífera a investir na produção de etanol no Brasil, disponibiliza, alem dos postos, distribuidoras e a área de combustíveis de aviação. Também está previsto um aporte de US$ 1,62bilhão ao longo de dois anos. Também estão envolvidas na negociação as participações da Shell em duas empresas especializadas em desenvolvimento de tecnologia limpa e de etanol de segunda geração (aquele que é feito a partir de produtos como celulose e bagaço da cana).
O Grupo Cosan foi o primeiro do setor sucroalcoleiro a entrar no mercado de distribuição de combustíveis, com a compra da Esso no fim de 2008. Agora, com a nova parceria, além de ampliar a força na distribuição, a empresa espera também aumentar as exportações de etanol.
A União da Indústria da Cana- de ? açúcar (Única) divulgou uma nota informando que a associação entre Cosan e Shell pode contribuir, inclusive, para superar os obstáculos que atrapalham a entrada do combustível brasileiro em outros mercados.
? A Shell também possui armazéns no Exterior que poderão ser integrados à operação da Cosan. O uso de combustíveis de baixo carbono está se tornando mandatório em vários países. Não achamos que as tarifas vão impedir essa expansão ? concorda o presidente da Shell Brasil, Vasco Dias.
* Com informações da Agência Estado
