Além da caipirinha, a empresa Gus & Vicki, proprietária da marca Brazilian Fruit, exporta uma série de cosméticos baseados na rica flora brasileira. Frutas típicas do país dão o colorido e o odor de uma linha de produtos que há dois anos conquista consumidores de vários países. Creme hidratante de açaí, sabonete de pitanga, manteiga hidratante de castanha-do-pará, sabonete em barra de cupuaçu, espuma de banho de guaraná e maracujá e gloss de banana compõem a variada lista dos cosméticos tropicais da Brazilian Fruit.
A Gus & Vicki surgiu há 10 anos, conforme lembra a empresária Veronika Rezzani, sócia da empresa com o marido, Gustavo Rezzani. No começo a Gus & Vicki apenas fabricava produtos para outras empresas. Entre seus compradores está até uma multinacional americana.
? O cliente vem até nós, diz que tipo de produto deseja e produzimos, de acordo com as suas necessidades ? conta Veronika.
Em 2005, Veronika e Gustavo também decidiram investir na criação de uma marca própria.
? A idéia era trazer a brasilidade aos nossos cosméticos, tendo as frutas brasileiras como principal artigo, e competir no mercado externo com produtos adequados às normas internacionais ? lembra Veronika Rezzani.
No ano seguinte, a marca foi lançada na Cosmoprof, uma feira na cidade italiana de Bolonha, e superou as expectativas dos fabricantes.
? A receptividade foi fantástica e, pouco depois do evento, já estávamos exportando para Portugal ? recorda a empresária paulista.
A Gus & Vicki também já vendeu seus produtos para países como Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Índia, Estados Unidos, Espanha e França. Em um evento de lançamento da marca, em Barcelona, a renda com a venda de produtos atingiu o valor de seis mil euros e foi revertida para uma instituição que trabalha com crianças carentes na cidade mineira de Jesuânia.
Veronika ressalta que a responsabilidade social e ambiental constitui um dos elementos mais importantes na atividade da Gus & Vicki. Segundo ela, a empresa só compra insumos de fornecedores preocupados com a sustentabilidade. A empresária também informa que em sua empresa, na medida do possível, tudo é reciclado. Materiais que sobram, principalmente plásticos, são doados para cooperativas de catadores.
Outra estratégia adotada na Vicki & Gus é o tratamento dos resíduos da produção para evitar a contaminação de lençóis freáticos nas proximidades da fábrica. Segundo Veronika, exportar não é nada fácil para uma empresa de pequeno porte. Ela explica que constitui uma tarefa árdua se adaptar às exigências da legislação para registrar os cosméticos e aos perfis dos consumidores de outros países.
? Nossos produtos são elaborados levando em conta normas e exigências internacionais de formulação e regulamentação ? conta.
Ela frisa que esses produtos são dermatologicamente testados e possuem altas concentrações de ativos naturais. Além disso, a empresária de Mogi Mirim informa que os rótulos da Brazilian Fruit trazem textos em inglês, francês, espanhol e italiano, com até dois idiomas por embalagem.
Veronika diz que para cada país com o qual trabalha a linha de produtos vendida explora uma determinada fruta. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Brazilian Fruit vende cosméticos de açaí, devido ao crescimento do consumo pelos norte-americanos de produtos derivados da fruta amazônica. Já na Índia, o que agradou os consumidores, conforme conta Veronika, foi a linha de cosméticos de pitanga.
Ao falar sobre o carro-chefe da Brazilian Fruit, a sócia da Gus & Vicki lembra do difícil processo, com inúmeros testes, para criação da linha de cosméticos de caipirinha. Veronika criou o conceito da linha enquanto o odor foi concebido pela perfumista Elizabeth Maia.
A composição da linha de caipirinha se baseia em extrato de cana-de-açúcar e extrato de limão. Os produtos não levam álcool em sua fórmula.
? Quando as pessoas passam na pele, têm uma sensação de frescor, e essa linha é unissex.
Como a maioria dos nossos produtos, pode ser usada por homens e mulheres ? observa a empresária.