Cotação alta do suco de laranja anima produtor nacional

Mau tempo na Flórida pressiona expectativas no mercado futuroOs produtores brasileiros de laranja começam o ano com a calculadora nas mãos para tentar saber quanto poderão faturar a mais com a alta do preço do suco de laranja na Bolsa de Nova York.

O mau tempo na Flórida, principal produtora de laranja dos Estados Unidos, tem pressionado para cima a cotação do suco no mercado futuro. Nos últimos 30 dias, a cotação subiu de US$ 2,27 mil a tonelada, em média, para a casa dos US$ 2,6 mil. Nessa quinta, dia 6, a commodity fechou a US$ 2,668 mil, o valor mais alto dos últimos três anos e meio.

Com a possibilidade da quebra de safra nos Estados Unidos, cresce a probabilidade de o cenário positivo de 2010 – tanto para produtores quanto para a indústria de suco – se repetir neste ano. A previsão da Citrus-BR, que representa as fabricantes de suco Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfuss, é que as exportações, que no ano passado foram de US$ 1,775 bilhão, cheguem a US$ 2 bilhões em 2011.

Os produtores esperam que neste ano ainda consigam se beneficiar da remuneração mais alta, a exemplo do ano passado. O preço pago ao produtor pela caixa de laranja subiu de R$ 6 para R$ 15 de 2009 para 2010. A alta é reflexo da queda de produção nos últimos anos, fruto de problemas com doenças (principalmente o greening, que obriga o produtor a cortar o pé doente) e também do fato de que o preço não vinha compensando o aumento de área plantada.

Com menos laranja disponível, a indústria pagou mais para garantir os estoques e não perder espaço para outros produtores internacionais e, mais ainda, para outras frutas, como a maça, que têm avançado sobre o domínio da laranja.

Os especialistas acreditam que, na pior das hipóteses, a cotação do fim do ano passado deve se manter nesta safra. As negociações entre a indústria e os produtores começaram no mês passado, conta Paulo Biasioli, representante dos citricultores de Limeira (SP).

? O preço para esta safra deverá ser próximo ao de 2010, mas sempre há uma choradeira da indústria ? diz.