O mercado de trigo no Brasil continua apresentando negócios pontuais.
No Paraná, os produtores estão indicando preços entre R$ 1.480 e R$ 1.500 por tonelada no FOB, enquanto os compradores demonstram interesse em adquirir entre R$ 1.400 e R$ 1.420 por tonelada.
Já no Rio Grande do Sul, os produtores estão pedindo R$ 1.350 por tonelada, e os moinhos mostram algum interesse em adquirir a R$ 1.300 por tonelada.
O plantio da safra nacional está quase concluído, e até o momento, as expectativas de produção são recorde, atingindo 11,755 milhões de toneladas.
De acordo com o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, esse número, se confirmado, superará o montante anterior em 345 mil toneladas.
Para evitar um aumento nos estoques, o Rio Grande do Sul precisará retirar pelo menos 3 milhões de toneladas das fronteiras gaúchas, pois espera-se uma produção de 5,5 milhões de toneladas no estado.
Na temporada passada, o Rio Grande do Sul escoou 2,9 milhões de toneladas através de exportações e cabotagem, além de vender cerca de 800 mil toneladas para outros estados, principalmente o Paraná.
Para a próxima temporada, considerando condições climáticas favoráveis, o Paraná deve atender sua própria demanda com a produção local e compras pontuais da Argentina.
Isso exigirá que as saídas pelo Porto de Rio Grande sejam maiores.
Trigo em Chicago
No mercado internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais baixos.
O movimento foi influenciado por uma realização de lucros, enquanto a calmaria no Mar Negro, com ausência de novos ataques russos à infraestrutura portuária ucraniana, favoreceu a correção.
Traders consultados por agências internacionais observaram que os agentes estão considerando a possibilidade de escoamento dos produtos agrícolas da Ucrânia por meio de outras rotas, como países europeus, Croácia e Lituânia, apesar dos custos mais elevados.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também deve fortalecer o patrulhamento no Mar Negro para enfrentar as ameaças russas a portos e embarcações, de acordo com o Financial Times.
Outro fator que impactou negativamente os preços foi a previsão de chuvas em regiões produtoras dos Estados Unidos.
A queda nos preços do petróleo em Nova York e o mau desempenho das bolsas de valores europeias também contribuíram para o cenário desfavorável às cotações.
O Hemisfério Norte está em período de colheita, concentrando a maioria da produção global de trigo, o que influenciou no movimento de correção.
Ao fechamento, os contratos com entrega em setembro foram cotados a US$ 7,20 por bushel, uma queda de 40,25 centavos de dólar, ou 5,29%, em relação ao fechamento anterior.
Os contratos com entrega em dezembro foram negociados a US$ 7,42 1/4 por bushel, uma redução de 38,50 centavos de dólar, ou 4,93%, em relação ao fechamento anterior.