? A crise efetivamente impacta o algodão, diferente de outros produtos agrícolas que servem de alimentos. O mundo continua comendo, mas o mundo possivelmente vai diminuir a compra de vestimentas ou de fibras ? disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
? Há uma grande depressão do preço do algodão em função de que é um produto extremamente sensível em momentos de crise. Houve uma depreciação muito grande e as pessoas deixam de consumir ? completou o presidente da Abrapa, Haroldo Cunha.
A crise gerou uma falta de crédito no momento do plantio, o que acabou causando a redução em 20% da área plantada. Cerca de 350 mil toneladas deixaram de ser produzidas. O setor quer que o executivo garanta com o preço mínimo pagando a diferença entre o que o mercado oferece e o valor que cobriria os custos de produção. Em plena entressafra, onde quase não há oferta de algodão, os produtores estão recebendo R$ 37 por arroba.
? Estamos aguardando o montante que vai ser disponibilizado para o caso do algodão para que haja essa equalização dos R$ 44,6 que é o preço mínimo ? disse Cunha.
O temor é de que com a chegada da nova safra, a partir do fim de junho, o preço algodão despenque ainda mais.
Os produtores pediram a oferta de R$ 800 milhões em empréstimos oficias para o setor. Porém, o prolongamento da crise e as dificuldades de arrecadação do governo fizeram com que o ministro da Agricultura prometesse apenas a liberação de recursos que já são oferecidos anualmente para o segmento.
? Eu acho que esse número é difícil até porque diminuiu a produção. Então a gente estaria em princípio contando com recursos mais ou menos da dimensão igual aos anos anteriores: em torno de R$ 500 a R$ 600 milhões ? finalizou o presidente da Abrapa.
O anúncio para o setor fará parte do Plano Safra a ser anunciado pelo governo no mês que vem.