Cratera gigante surge em lavoura de soja de Minas Gerais

Segundo pesquisador da Universidade de Uberlândia, que esteve no local, buraco tem mais de 20 metros de diâmetro e dificilmente área poderá ser reutilizada gigante

Mais uma vez uma sequência de imagens ganhou destaque e se espalharam rapidamente pelas redes sociais do País. Nelas, uma cratera de no mínimo 20 metros de diâmetro surgiu no meio de uma lavoura de soja de Minas Gerais.

As primeiras informações sobre o ocorrido surgiram no dia 5 de novembro, por funcionários da fazenda Santa Cruz, que fic a situada em Coromandel. Segundo o proprietário, Diogo Tudela, assim que viu o tamanho do estrago tratou logo de chamar técnicos agrícolas e pesquisadores para avaliarem a situação. “É a primeira vez que vemos uma situação dessa. De manhã, cheguei lá e vi aquela cratera com mais de 20 metros de diâmetro”, conta ele.

    

O caso não é fruto de nenhum meteoro ou algo do gênero, como chegou a ser sugerido por alguns leitores. Segundo o pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Gilberto Fernandes Corrêa, que esteve no local, se trata de um acidente geológico, conhecido como dolina. “É uma depressão no solo característica de relevos cársticos, formada pela dissolução química de rochas calcárias abaixo da superfície. Em suma, a água subterrânea acaba formando galerias nestas rochas subterrâneas e com o passar de milhares de ano, o teto vai afinando e chega ao ponto que cede a pressão e desmorona”, explica Corrêa.

O pesquisador acredita que o buraco agora tenha algo em torno de 15 metros de profundidade e que o buraco ainda pode ficar maior. “Dependendo de como for a cratera pode aumentar ainda, Por isso, foi importante o proprietário isolar a área. Acredito que uma cratera deste tipo não tem como encher de terra, não”, conta o pesquisador.

Segundo o gerente da propriedade, este tipo de problema é comum no município vizinho, chamado Vazante, informação confirmada pelo pesquisador Corrêa.

Por enquanto Tudela ainda não sabe o que vai fazer com a cratera. Antes de mais nada isolou a área e agora aguarda o resultado técnico para tomar alguma decisão.  Vou monitorar a área e depois do período chuvoso, com acompanhamento técnico, decidirei o que fazer. Por enquanto está tudo isolado”, afirma Tudela.

Durante o programa Mercado & Companhia, um telespectador contou que no estado da Flórida, nos Estados Unidos é comum os produtores rurais andarem com varas perfurando e testando a solidez dos solos.

Daniel Popov, Kellen Severo e Larissa Pansani, de São Paulo

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