Crédito do Plano Safra é 1/3 do que o sojicultor precisa para plantar

Segundo a Aprosoja Brasil o valor disponibilizado pelo governo com juros mais baixos em relação ao mercado é de R$ 25 bilhões

Daniel Popov, de São Paulo
Nesta quarta-feira, dia 7, o governo brasileiro anunciou um volume recorde de R$ 190,25 bilhões para financiar a safra 2017/2018 do Brasil, referente ao Plano Agrícola e Pecuário. Os médios e grandes produtores poderão acessar o crédito rural, entre 1º de julho deste ano e 30 de junho de 2018. Entretanto a maior cultura do país, líder em exportações, receberá apenas um terço do crédito necessário para custear toda a safra.

Segundo um levantamento realizado pela Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), baseado nos números do ano passado, o crédito disponibilizado pelo governo com juros mais baixos em relação ao mercado representa 1/3 do valor necessário para o plantio da soja da temporada que começará. Ou seja, dos R$ 75 bilhões necessários para custear a safra da oleaginosa no país, apenas R$ 25 bilhões virão com juros mais baixos.

Outros R$ 30 bilhões, 40% do total, devem ser captados pelos próprios agricultores com juros do mercado e por fim, os R$ 20 bilhões que faltam para completar a conta, devem ser financiados por trades e multinacionais.

Plano Safra

O volume de crédito para custeio e comercialização é de R$ 150,25 bilhões, sendo R$ 116,25 bilhões com juros controlados (taxas fixadas pelo governo) e R$ 34 bilhões com juros livres (livre negociação entre a instituição financeira e o produtor). O montante para investimento saltou de R$ 34,05 bilhões para R$ 38,15 bilhões, com aumento de 12%. Apoio à comercialização terá R$ 1,4 bilhão.

Quanto aos juros, houve redução de um ponto percentual ao ano nas linhas de custeio e de investimento e, de dois pontos percentuais ao ano nos programas prioritários voltados à armazenagem Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), com 6,5% ao ano, e à inovação tecnológica na agricultura, com o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), com juros de 6,5% ao ano. “Como ministro da Agricultura, quero juros mais baixos, mas faço parte do governo e não sou agricultor. Enquanto eu olho uma árvore, o governo olha a floresta inteira”, disse o ministro Blairo Maggi. “Eu gostaria de ter juros mais baratos, não vou ficar batendo boca no governo e, no arrocho econômico que o Brasil está, o governo não poderia fazer nada diferente.”

Veja mais notícias sobre soja

chamada whatsapp