As articulações em torno da sucessão de Kátia Abreu no Ministério da Agricultura se intensificaram nesta semana. Conforme se aproxima a votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, partidos e grupos de interesse tentam fechar consenso em torno de um nome. Na tarde desta terça-feira, 26, o presidente do PRB, Marcos Pereira, participou de um almoço com integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília. Acompanhado do deputado Cesar Halum (PRB-TO), negou que tivesse ido à reunião para pedir apoio para ocupar a pasta.
“Vim aqui para conhecer as pessoas”, disse, ao sair do almoço. Questionado se o PRB teria um bom nome no quadro do partido para ocupar a Agricultura, ele apontou Halum. “É um excelente nome”, afirmou. Já o deputado disse que trouxe o presidente do partido para que ele conheça os integrantes da FPA e explicou por que o PRB poderia ser um partido adequado para o cargo. “Fechamos questão em relação ao impeachment. Todos os 22 parlamentares votaram a favor”, justificou.
A ida do presidente do PRB ao almoço semanal da bancada ruralista coincide com a véspera de um encontro do grupo com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), que se prepara para assumir o Palácio do Planalto caso o Senado aprove admissibilidade do processo de impeachment na Casa, o que deve ocorrer até 12 de maio.
Parlamentares ligados à FPA afirmam nos bastidores que a frente não apoiará o nome de Halum. A avaliação deles é de que, se a frente puder sugerir um nome, será o do presidente da FPA, Marcos Montes (PSD-MG). O grupo também avalia como positiva a possível indicação do empresário rural e ex-secretário de Agricultura do estado de São Paulo João Sampaio.
Os ruralistas terão uma reunião na manhã desta quarta-feira, dia 27, no Palácio do Jaburu, residência oficial de Michel Temer. Oficialmente, o Instituto Pensar Agrícola (IPA), mantido por 42 entidades do agronegócio e braço técnico da bancada, vai ao encontro. Segundo o presidente da FPA, Marcos Montes, o encontro não é para indicar um nome para a Agricultura, mas para acertar o apoio da bancada na Câmara. “Vamos nos reunir porque pretendemos fazer parte desse governo, devemos apoiá-lo na Câmara”, explicou.