Criação de indústria aviária dá confiança ao setor no noroeste do Paraná

Inauguração do complexo industrial está prevista para outubroEstá em fase final a obra que está construindo um abatedouro e uma indústria de ração, que fabricará processados como almôndegas e embutidos de frango, no município paranaense de Santo Inácio. A capacidade inicial de abate será de 105 mil aves por dia, mas pode atingir 420 mil por dia em dois anos. Devem ser contratados 2,5 mil funcionários de toda a região.

Segundo os empresários, a estrutura física e de maquinário é adaptada para atender a mercados como Oriente Médio, Ásia e Europa. Na sala para o abate halal, por exemplo, o equipamento está voltado para a Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos, conforme exige a religião.

No ano passado, o Paraná exportou quase US$ 2 bilhões em frango, de acordo com o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar). O Estado também é responsável por 25% do abate de frangos no Brasil. No primeiro semestre, quase 700 milhões de cabeças seguiram para a indústria. O investimento de R$ 100 milhões na fábrica mostra a confiança da empresa no aumento da demanda mundial por carne de frango.

? Nós estamos atendendo às exigências não só do Ministério da Agricultura, do Serviço de Inspeção Federal (SIF), mas também de todas as missões estrangeiras que vieram para habilitar nosso frigorífico. Estamos além das expectativas deles em termos de exigências ? garantiu o presidente da BR Frango, Reinaldo Morais.

A empresa já tem um milhão de frangos alojados e, por enquanto, terceiriza o abate. A inauguração do complexo industrial está prevista para outubro. Sobre um possível impacto comercial negativo da BR Foods, fusão da Sadia com a Perdigão, a avaliação dos empresários é que será preciso apostar na competitividade.

? Vamos trabalhar focados no nosso empreendimento. Por ter uma estrutura mais enxuta, vamos trabalhar nos nossos custos de produção, trabalhar com produtos de um melhor valor agregado, produtos que realmente estejam com qualidade superior para que a gente possa fazer frente a essas empresas ? afirmou Morais.

As empresas do setor procuram se instalar em locais estratégicos, onde a atividade rural está dispensando trabalhadores. No noroeste do Paraná, a mecanização da cana e do café é recente, mas já começa a provocar desemprego. A expectativa da nova empresa é absorver especialmente mão de obra feminina, mas também espalhar aviários pela região. Um convênio com o Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) deve liberar perto de R$ 11 milhões, recurso para financiar a instalação de 40 aviários no sistema de integração.