Pela primeira vez, ambientalistas, produtores, governo e parlamentares ligados ao agronegócio e ao ambiente sentaram à mesma mesa em busca de soluções para os impasses ambientais no Brasil.
? Estamos retomando um diálogo que foi interrompido há um ano e hoje se retoma em bases mais sólidas ? disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
No encontro, a ansiedade foi por mudanças em toda a legislação ambiental. A necessidade de elaborar com urgência o Zoneamento Ecológico Econômico e promover a regularização fundiária nos Estados é consenso.
Após três horas de reunião, governo, parlamentares, produtores e ambientalistas também concordaram que a Amazônia precisa ter um tratamento diferenciado dos outros biomas.
? O bioma amazônico tem que ter um tratamento e as regiões consolidadas do Centro-oeste, outro tratamento, porque se continuarmos misturando as duas coisas no mesmo debate não resolveremos problemas para a Amazônia e criamos problemas para a região Centro-sul ? afirmou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
O grupo de trabalho criado envolve os ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e Casa Civil. Ele terá cinco meses para propor mudanças na legislação.
? Temos um cronograma enxuto para que em dois ou três meses cheguemos a uma proposta acabada. Mas podemos aprofundar esses temas ? explicou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
Tanto ambientalistas quanto produtores acreditam que quando as discussões se intensificarem, as divergências vão aparecer.
? Nosso grande desafio agora é colocar esse consenso no chão, porque com o discurso todos concordam. Mas continuamos tendo o desmatamento na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica ? ponderou o representante do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, André Lima.
Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Veronez, “não é possível conviver com uma legislação antiga e que criou enormes discrepâncias entre a lei brasileira e a realidade do campo”.