Embora tenha sido um dos que mais investiram em produção no país ? foram mais de US$ 20 bilhões nos últimos três anos ? o setor sucroalcooleiro sofreu os impactos da crise, principalmente por depender de capital de giro para manutenção das lavouras de cana e da indústria e para o carregamento de estoques no ano todo.
? Ela (indústria da cana) produz em seis e sete meses e vende em 12. É ela que carrega esse estoque, e isso tem um custo financeiro ? afirmou Sousa.
Ele disse que, como o setor estava enfrentando uma época de preços baixos – puxada principalmente pelo etanol – e investindo pesado na expansão da atividade e em novos investimentos, a falta de crédito decorrente da crise acabou afetando muito o setor.
? Nossa atividade foi uma das que mais sentiram o problema da falta de liquidez no país ? ressaltou.
Apesar da “situação de asfixia de crédito”, que foi, em parte, contornada com um programa lançado pelo governo, que previa a estocagem de álcool combustível com o empréstimo de valores abaixo custo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Banco do Brasil, Sousa afirmou que “os fundamentos de mercado ainda continuam positivos para o setor”.
Isso porque há previsão de crescimento para as usinas, principalmente em função do aumento da demanda de etanol tanto no mercado interno, com o aumento da venda e fabricação de veículos flex, quanto no internacional, com a necessidade dos países de reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.
? Seguramente nós vamos crescer, porque esses países precisam reduzir a emissão de CO2, e os biocombustíveis vão ser um importante aliado nesse processo. E eles não têm condições de suprir tudo o que precisam com a produção local. Eles vão ter que importar ? afirmou.