A falta de crédito atinge diretamente as usinas e indiretamente as indústrias que fabricam peças para elas. Só que neste último caso, os impactos negativos, como demissões, ainda não ocorreram graças ao período de entressafra, que é quando a moagem para e as peças vão para manutenção. Até agora tudo bem, só que para março e abril, as expectativas não são nada boas.
A partir de março, as indústrias de base começariam a fabricar peças novas, inclusive para usinas novas, que entrariam em operação em 2010. Só que isso não deverá ocorrer, pelo menos não este ano. Cerca de 20% dos pedidos foram cancelados e cerca de 30% prorrogados.
? Sabemos que a partir de março a indústria não tem como manter os números de funcionários. Com redução de encomendas que houve e a postergação de novos projetos, automaticamente haverá demissão ? afirma o presidente da Ceise BR, Mário Garrefa.
Proprietário de uma destas indústrias, José Roberto Araújo conta que, desde o fim do ano passado, está difícil fechar negócio com as usinas.
? Você faz o orçamento e o que está acontecendo? Eles estão prorrogando. Eles têm um prazo pra entregar o equipamento, porque eles começam a moer outra vez ,agora por volta de abril, maio, e precisam entregar o equipamento. Então eles ficam demorando em fechar, em passar o pedido, então eu não sei como é que vai fazer.
Há ainda outro agravante: ao invés de investir em novas unidades, as usinas maiores devem optar pela compra das menores, que estão com mais dificuldades.
? O investidor, realmente se ele tiver a opção de comprar, adquirir uma usina já em funcionamento, automaticamente ele suspende os projetos dele ou até posterga estes pedidos ? afirma Mário Garrefa.