Mesmo tendo aberto mais vagas do que outros setores industriais, a contribuição das lavouras de cana-de-açúcar para o emprego industrial já foi muito maior. No primeiro trimestre de 2011, a expansão de vagas foi de 17,2% e, nos três primeiros meses de 2010, chegou a 31,6%. Segundo levantamento da entidade, a fatia de janeiro a março deste ano é a menor já registrada para o período desde 2007, quando esse cálculo começou a ser feito.
O setor já vinha passando nos últimos anos por uma desaceleração nas contratações por causa da mecanização das lavouras, mas, segundo o diretor do Departamento de Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, há agora outros desafios com a safra gerados por fatores climáticos. Além disso, a produção tem sido afetada pelo aumento de custos e volatilidade dos preços do etanol.
Francini acredita que a perda de competitividade do combustível perante a gasolina tem penalizado ainda mais a produção de cana e, consequentemente, o emprego no setor. Como a Petrobras mantém inalterado o preço da gasolina, mesmo com variações internacionais e pressões internas, o combustível acaba retirando mercado do etanol, que sofre com o aumento dos custos de produção, que são repassados aos preços e ao consumidor final.
– A vantagem do etanol sobre a gasolina desapareceu, e isso afeta muito a disposição para o plantio de cana – disse Francini.