Crise do etanol reduz empregos no setor sucroalcooleiro em São Paulo, segundo Fiesp

Dados da Federação apontam que fatores climáticos impõem desafios à safra de cana-de-açúcarAs dificuldades do setor sucroalcooleiro continuam a ter reflexos na geração de empregos no Estado de São Paulo. Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), nos primeiros três meses deste ano, a geração de postos no setor em São Paulo cresceu 10,8% em relação ao saldo de empregos de dezembro de 2011, mas, nos demais setores da indústria de transformação do Estado, houve uma baixa de 0,6%. No período, a indústria de cana e açúcar criou 13.739 postos de trabalho, enqu

Mesmo tendo aberto mais vagas do que outros setores industriais, a contribuição das lavouras de cana-de-açúcar para o emprego industrial já foi muito maior. No primeiro trimestre de 2011, a expansão de vagas foi de 17,2% e, nos três primeiros meses de 2010, chegou a 31,6%. Segundo levantamento da entidade, a fatia de janeiro a março deste ano é a menor já registrada para o período desde 2007, quando esse cálculo começou a ser feito.

O setor já vinha passando nos últimos anos por uma desaceleração nas contratações por causa da mecanização das lavouras, mas, segundo o diretor do Departamento de Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, há agora outros desafios com a safra gerados por fatores climáticos. Além disso, a produção tem sido afetada pelo aumento de custos e volatilidade dos preços do etanol.

Francini acredita que a perda de competitividade do combustível perante a gasolina tem penalizado ainda mais a produção de cana e, consequentemente, o emprego no setor. Como a Petrobras mantém inalterado o preço da gasolina, mesmo com variações internacionais e pressões internas, o combustível acaba retirando mercado do etanol, que sofre com o aumento dos custos de produção, que são repassados aos preços e ao consumidor final.

– A vantagem do etanol sobre a gasolina desapareceu, e isso afeta muito a disposição para o plantio de cana – disse Francini.