Crise europeia e desaceleração da economia chinesa devem baixar preços das commodities, diz Miguel Daoud

Segundo o analista financeiro, próximo ano será difícil para a economia mundial, o que poderá afetar os preços das commoditiesO Barclays Capital, banco de investimentos britânico, afirmou que a crise na zona do euro e a ameaça de desaceleração da economia chinesa serão fortes fatores de pressão para as commodities em 2012. O analista financeiro Miguel Daoud concorda com a afirmação, pois, segundo ele, o próximo ano será muito difícil para a economia mundial, o que poderá baixar os preços das commodities.

– Nós sabemos que 2012 será um ano muito difícil para a economia mundial. Você solta dinheiro no mercado, se endivida, cria condições financeiras perigosas, porém, não resolve isso com um passe de mágica, você resolve isso com crescimento. Qualquer crise, qualquer bolha, tem que ter sustentação no crescimento, porque o crescimento gera riqueza, e a riqueza gera receita para os governos, para as empresas, e com isso elas conseguem saldar ou cumprir as suas dívidas. O mundo vive esse momento, um endividamento muito alto dos países da Europa e também dos Estados Unidos.

Diante desse cenário, o analista acredita que não haverá um crescimento a ponto de aumentar a demanda no mundo.

– Poderá haver, sim, uma queda nos preços das commodities. De janeiro para cá, 50% dos grandes bancos de investimentos já deixaram o mercado de commodities, principalmente as agrícolas, isso significa que eles não acreditam em uma alta. Se eles não acreditam, sem dúvida, nós podemos ter uma queda no preço das commodities em 2012. Eu não vejo nenhum desastre, mas eu vejo queda com elevação dos custos de produção no Brasil.

Veja a entrevista completa de
Miguel Daoud no programa Mercado & Cia: