A redução do protecionismo agrícola tem pautado as discussões entre os países que integram a Organização Mundial do Comércio (OMC). Produtores de commodities agrícolas, como o Brasil, temem um impacto da crise financeira, caso a postura de alguns governos não seja modificada.
De acordo com o especialista no assunto Bento Felix, países ricos sempre tiveram tendência a se proteger, enquanto os subdesenvolvidos sempre foram marginalizados. Ele acredita que as negociações de Doha só devem ser retomadas em 2009, quando a situação política nos Estados Unidos, maior potencia mundial, estiver consolidada com a posse do novo presidente, Barack Obama.
A expectativa das autoridades brasileiras e britânicas é mais otimista. Elas acreditam numa nova convocação ainda em dezembro deste ano. Para o diretor do Departamento de Assuntos Comerciais da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Benedito Rosa, a crise financeira que atinge o mundo pode gerar algumas oportunidades, entre elas a conclusão da Rodada de Doha.
As discussões da Rodada Doha foram suspensas em julho, após uma reunião entre ministros dos 153 países que formam a OMC terminar sem acordo. O impasse foi a redução dos subsídios agrícolas dos países ricos. A proposta dos Estados Unidos era diminuir para US$15 bilhões os recursos para os agricultores norte-americanos. Mas não houve consenso entre os países emergentes. O governo brasileiro exigia que o valor ficasse em US$ 13 bilhões.