Com a deflação de 0,07% na segunda prévia do IGP-M de dezembro, o especialista não descartou a possibilidade de a taxa anual do índice fechar 2011 com menos da metade da inflação em 2010 (11,30%).
– No atacado, praticamente todas as commodities estão em queda ou em desaceleração, sejam elas minerais, agropecuárias ou industriais, na segunda prévia de dezembro – afirmou Quadros.
Com o desaquecimento da economia global, a demanda externa diminuiu. Isso, na prática, derrubou preços das commodities pelo mundo e afetou a inflação atacadista brasileira, que representa 60% dos Índices Gerais de Preços (IGPs).
As commodities representam grande fatia dos preços do atacado. Enquanto o minério de ferro é o produto de maior peso no setor, a soja em grão é o item agropecuário de maior contribuição para a formação da inflação atacadista.
Outro ponto destacado pelo técnico foi o comportamento favorável do câmbio. Embora tenha contribuído para elevar preços em setembro e outubro deste ano, o dólar em alta não é mais uma pressão inflacionária – e, aparentemente, não deve ser relevante para os preços no mercado doméstico, pelo menos no curto prazo.
– Não consigo enxergar o dólar indo novamente a R$ 1,90 – afirmou o especialista.
Quadros foi cauteloso quando questionado sobre a sustentabilidade da deflação apurada na segunda prévia de dezembro.
– Não posso dizer que o IGP-M vai, com certeza, fechar o mês em queda. Mas as causas que fizeram a segunda prévia do indicador em dezembro mostrar deflação não são pontuais, e sim parte de uma conjuntura maior, envolvendo o cenário internacional, que não aparentam ter resolução rápida – resumiu.