? Nós não achamos no presente momento que exista uma grande deficiência que não possa no curto prazo ser atendida por meio da flexibilidade no sistema de refino e por deslocamentos de ofertas de petróleo. Obviamente, se essa deficiência no abastecimento piorar ou tiver uma longa duração, então teremos de revisitar a situação toda ? acrescentou.
Fyfe descreveu o mercado global de petróleo como comparativamente bem suprido no momento atual. Destacou que, em razão de manutenções sazonais nas refinarias européias, a demanda por petróleo bruto na Europa será cerca de meio milhão de barris por dia menor em fevereiro e março do que em novembro e dezembro.
A AIE estima que entre 500 mil e 750 mil barris de petróleo por dia tenham sido removidos do mercado em consequência da turbulência na Líbia. A agência disse ontem que vai continuar monitorando a situação e poderá recorrer aos estoques estratégicos quando julgar necessário.
No entanto, Fyfe afirmou que é difícil estimar o impacto total da crise política na Líbia sobre a produção, em parte por causa da situação obscura de cerca de 500 mil barris diários de produção controlada pela companhia nacional de petróleo do país. Nesta quinta, dia 24, o executivo-chefe da italiana Eni, Paolo Scaroni, calculou que 1,2 milhão de barris diários foram suspensos, dentro de uma produção total de 1,6 milhão de barris diários.
Segundo Fyfe, o mercado pode fazer trocas de petróleo. A Arábia Saudita – que é o maior produtor do mundo – poderia enviar petróleo do Oriente Médio para a Ásia. Já os produtores africanos poderiam enviar petróleo leve, de maior qualidade, para a região do Mar Mediterrâneo.
? Nós temos um sistema de refino na Ásia que está se tornando mais complexo e mais capaz de lidar com petróleo bruto de menor qualidade. Existe mais flexibilidade dentro do sistema de refino global e por isso existe a capacidade de driblar os problemas ? acrescentou Fyfe.