Em seu estudo, Aroudo apresentou uma série de dados sobre o que o Brasil deixou de exportar com a crise.
?Ela (a crise) resultou em impactos ambientais positivos, apesar de externalidades negativas, como a perda de empregos e o impacto que teve nos níveis de crescimento econômico de determinadas regiões ? disse o pesquisador.
Segundo ele, o trabalho buscou mensurar os principais impactos causados pela crise em indústrias como a de alumínio.
?O que deixamos de exportar, entre os 32 produtos pesquisados, representa uma economia de aproximadamente 562 mil kilowatts de energia, a partir do consumo evitado. Isso daria para abastecer uma cidade de 25 mil pessoas ? acrescentou, referindo-se à exportação de alumínio.
A indústria do aço, segundo ele, deixou de exportar 740 milhões de quilos de aço bruto.
? Isso significa uma redução de mais de 1 bilhão de toneladas em emissões de carbono, o que para o processo climático no Brasil é extremamente positivo ? avaliou Aroudo.
? Na indústria de veículos, o Brasil deixou de exportar em dezembro 62,1 mil carros, e isso também implica em redução do consumo de energia e de aço. Ainda estamos mensurando o quanto, mas é evidente ? e isso pode ser afirmado tendo por base dados oficiais de 2008 ? que o meio ambiente teve ganho substancial em função da não-exploração de recursos naturais, tanto renováveis quanto não-renováveis.
Aroudo disse que estão sendo preparados outros estudos, abordando as madeiras e o cimento brasileiros.
? Quando certificada, a madeira encontra dificuldades para entrar na Europa por decorrência da crise internacional ? adiantou.