Cristina Kirchner frustra produtores de trigo e não reduz retenções

Presidente argentina alegou que, quanto mais altos os impostos, maior a produção nacional do cerealA presidente da Argentina, Cristina Kirchner, encerrou seu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite de segunda, dia 28, sem anunciar a redução de 5 pontos porcentuais na alíquota de 23% do imposto sobre as exportações dos cereais, como esperavam os produtores de trigo. Cristina dedicou uma boa parte do discurso a justificar a decisão de não atender as reivindicações do setor, explicando o raciocínio de que quanto mais altos os impostos, maior a produção de trigo.

– Em novembro de 2007, quando Néstor Kirchner [falecido marido e ex-presidente] aumentou a alíquota de 20% para 28%, a produção de trigo foi recorde: 16,4 milhões de toneladas – disse a presidente.

Em seu primeiro mandato, Cristina baixou as retenções para 23% e, desde então, a produção de trigo caiu.

No ano passado, houve uma das colheitas mais baixas dos últimos anos, de 9,2 milhões de toneladas – reclamou.

A presidente insinuou que a decisão dos produtores de produzir menos trigo no país não está condicionada aos impostos mas sim a questões políticas.

– Muitas vezes tomam decisões sem responder à lógica econômica – acusou, acrescentando que, quando havia mais retenção, os produtores produziam mais e, no ano passado, decidiram mudar o cultivo de trigo por cevada.

– Mas tiveram um resultado muito ruim porque Argentina não é um país produtor de cevada como Ucrânia. É um país trigueiro – destacou a presidente.

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Agência Estado