Iron Eterno de Faria, presidente da Capru, diz que o cultivo do cacau entrará nos cálculos da recomposição florestal que os agricultores terão que realizar para se enquadrar ao novo Código Florestal que está sendo analisado pela Câmara dos Deputados. A cooperativa participará do acordo dando suporte aos dois técnicos que serão contratados pelos outros parceiros para orientar os agricultores que ainda não conhecem o manejo da cultura.
Faria conta que mesmo os 170 associados da cooperativa, que já cultivam 850 hectares de cacau, também serão beneficiados, pois a cultura passará a contar com melhor padrão tecnológico, tanto na seleção dos cultivares que serão plantados como na formação de viveiros de sementes e mudas. Ele calcula que a produtividade, hoje de 1 kg por pé, passará para 1,5 a 1,8 kg. O acordo prevê, nos próximos anos, o plantio de mais mil hectares de cacau por pequenos agricultores de São Felix do Xingu, que não serão obrigados a se associar à cooperativa.
Os cooperados da Capru também cultivam castanha-do-pará, mas a principal atividade é o cultivo do cacau. Faria diz que no ano passado a situação estava melhor, pois os agricultores recebiam até R$ 3 mil por tonelada. Neste ano, com o recuo da cotação da commodity na Bolsa de Nova York, os preços recebidos estão na faixa de R$ 2,5 mil.