Quem optou somente pela oleaginosa conseguiu cobrir os custos totais de produção na maioria das regiões produtoras dos dois grãos
O cultivo exclusivo da soja em 2014 foi mais rentável do que a colheita alternada da oleaginosa com o milho safrinha. Quem optou apenas pela oleaginosa conseguiu cobrir os custos totais de produção na maioria das regiões produtoras dos dois grãos.
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Em Londrina (PR), por exemplo, a receita para o sojicultor superou as despesas em 6,2%, segundo os Ativos de Grãos, boletim elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgado nesta terça, dia 25.
Em Dourados (MS), de acordo com o levantamento, a receita por hectare com a colheita apenas da oleaginosa foi 2,5% superior aos custos totais de produção. Em Sorriso (MT), verificou-se o mesmo cenário. Para quem optou pela soja seguida do milho segunda safra, o estudo constatou duas situações: ou os agricultores tiveram faturamento insuficiente para pagar os custos ou ficaram com margem de lucro mais apertada quando a receita foi maior do que as despesas.
O levantamento explica que os atuais patamares de preços do milho, apesar da recuperação verificada em outubro, têm levado muitos produtores a questionar a viabilidade de cultivo do cereal em sucessão à soja na chamada segunda safra. A outra opção seria não ter a segunda temporada.
Também, segundo o boletim, somente em regiões produtoras mais próximas dos centros consumidores e dos portos de escoamento de produtos do Centro-Sul, onde as cotações são maiores, o plantio do milho seria viável em termos econômicos.
Na região de Rio Verde (GO), houve prejuízo para o produtor nos dois casos. Ao contrário das outras regiões, o déficit de receita em relação ao custo total foi de 7,4% apenas para o cultivo de soja. Para quem plantou o milho safrinha após a colheita da oleaginosa, o prejuízo com o sistema de dupla safra foi de 5,4% por hectare.
Replantio
Com a falta de chuvas no fim do vazio sanitário da soja, houve atraso na semeadura da lavoura em importantes regiões produtoras. Desta forma, o estudo constatou a necessidade de replantio, gerando mais custo e comprometendo a rentabilidade do produtor. Em Sorriso (MT), por exemplo, o produtor precisou fazer o replantio em 10% da área cultivada, em razão do baixo volume de precipitações. Em Campo Novo do Parecis (MT), 5% da área de produção precisaram ser replantadas.
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil