A lavoura de soja continua o carro-chefe da fazenda do produtor rural Eduardo Klumb. Porém, além dos 600 hectares dedicados a ela, o agricultor reservou um espaço para a noz pecan. O produtor gaúcho comprou quase quatro mil mudas e começa a plantar em novembro em um espaço que antes servia apenas para pastagem dos animais.
Uma outra vantagem deste tipo de cultura é que o plantio acontece uma única vez. A árvore pode durar até trezentos anos, sempre produzindo.
A ideia de cultivar nozes motivou alguns produtores de Cachoeira do Sul, no RS. Um grupo de seis sócios que criou uma empresa para investir no negócio. O maior gasto foi com o preparo da terra antes do plantio das mudas em uma área de 87 hectares.
? Nós podemos citar como base o que nós gastamos aqui que foi com um PH de 5.1. Então, nesta área que nós estamos nós aplicamos aproximadamente 10 toneladas de calcário por hectare, e isto resultou em um custo final com pomar implantado de alguma coisa entre R$ 7 mil e R$ 8 mil por hectare ? explicou o diretor operacional José Alberto Aued.
O projeto inicial prevê 23 mil pés de nogueira no pomar. Pelo menos seis mil vão ser plantados no ano que vem, quando deve ocorrer a primeira colheita. Os produtores comparam o retorno financeiro por hectare com o de outras culturas. A soja, por exemplo, rende, em média, R$ 800. Segundo eles, o ganho esperado com as nozes, depois do sexto ano, deve chegar a R$ 15 mil por hectare.
? Os maiores produtores de nozes estão no México e nos Estados Unidos e há no mundo uma carência excepcional deste produto, transformando-se a noz pecã em um produto de altíssima necessidade de consumo nos próximos dezenas de anos ? disse o diretor Eládio Vieira da Cunha.
Além do pomar, houve investimento na produção de novos pés. A propriedade tem um espaço reservado para estufas. Do local devem sair 80 mil mudas de nogueira até o final do ano. Elas vão ser vendidas para produtores gaúchos e de outros quatro Estados brasileiros.