O cultivo protegido mais conhecido é o realizado em estufas, mas pode também ser feito por meio de túneis e ripados, construídos com estruturas de madeira ou metálicas. A escolha do melhor modo varia de acordo com a cultura. No Brasil, destacam-se morango, uva, maçã, folhosas, pimentão, tomate e mini/baby hortaliças como os principais produtos cultivados nesse tipo de ambiente.
Embora não haja dados oficiais, de acordo com dados do Comitê Brasileiro de Desenvolvimento e Aplicação de Plásticos na Agricultura, o Brasil é líder na América do Sul, com 22 mil hectares de produções protegidas, sendo que a metade está no Estado de São Paulo. Em termos mundiais, o plantio protegido cresceu 400% em 20 anos – em 2010 somava 3,6 milhões de hectares.
Segundo pesquisadores do Cepea, cultivar em ambiente protegido não é somente oferecer cobertura às plantas, é preciso manejo especializado e adequado, a produtividade pode ser comprometida em alguns anos. O produtor deve avaliar os aspectos econômicos e técnicos antes de migrar para esse tipo de cultivo. É importante escolher culturas com alto valor agregado e que sejam mais suscetíveis a adversidades climáticas – cuidados com a luminosidade, temperatura e adubação também são essenciais.
Entre as oportunidades que essa técnica oferece, além do ganho de produtividade, estão a redução do ciclo da planta, melhores condições de trabalho para os funcionários, boa rentabilidade para pequenas escalas de produção, comercialização na entressafra e opção para locais com alto custo da terra.
Custo de implantação
O agricultor precisa desembolsar um valor elevado para implantar uma estrutura adequada ao plantio protegido. A maior produtividade e a redução dos custos de produção devem compensar esse investimento inicial.
A equipe do Cepea fez uma simulação considerando a adoção de uma estufa de 1.008 m², com pé direito de 5,8 metros, para produção de folhosas no Estado de São Paulo. O investimento inicial estimado é de R$ 55,8 mil. Neste exemplo, para o produtor recuperar tal gasto, o cultivo protegido teria que, no mínimo, ter uma lucratividade adicional por ano de R$ 6.231,26 por 15 anos. Para um retorno em cinco anos, o valor anual precisa dobrar. Vale lembrar que, com o passar do tempo, as estufas e seus materiais necessitam de reposição e de manutenção.
Além do alto custoo Cepea elenca outras desvantagens, como falta de mão de obra qualificada e assistência técnica especializada.