Produtores rurais como Guerino Ramalho tentam contabilizar os prejuízos causados pelas chuvas. Ele tem nove hectares com hortaliças em Suzano, no interior de São Paulo. A quantidade excessiva de água impediu que as plantas se desenvolvessem e, agora, não tem como serem comercializadas. “Não tem o que fazer”, diz Guerino, complementando que é “o consumidor quem paga a conta por causa da chuva.”
Já são doze dias de chuvas na região, o que provoca o enfraquecimento e, consequentemente, o apodrecimento da planta. O mais afetado é a alface crespa. Na hora de colher, em cada dez pés, apenas três são aproveitados.
Em outras propriedades, as perdas são maiores. Há fazendas na região de Cotia, também interior de São Paulo, que perdeu cerca de 80% do que tinha. Isso fez com que o preço da alface desse um salto para três vezes maior que o normal
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), principal entreposto do país, a alface crespa, que era vendida na média de R$ 8 a R$ 10, agora chega a custar R$ 25, comenta Adailton Caetano de Oliveira, comerciante permissionário do entreposto.
Mesmo com o preço alto, a qualidade do produto não é garantida, o que dificulta a venda para os consumidores.