Cursos superiores de Agronomia procuram diversificar ensino para aumentar qualificação dos alunos

No Rio Grande do Sul, universidade ampliou currículo do curso para aumentar interesse dos alunos e atender demandas do mercado de trabalhoOs cursos de ensino superior voltados à agropecuária têm revisado seus currículos em busca de uma qualificação mais diversificada, que tenha também uma preocupação maior com o meio ambiente. O resultado é uma procura cada vez maior de alunos, tanto do campo, quanto da cidade.

Vilmara Maria da Silva mora na região metropolitana de Porto Alegre. A família sempre viveu na cidade, mas foram as novas opções de mercado que fizeram com que ela buscasse a Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

? A indústria abrange este profissional, ela demanda por este profissional, e também tem a área de ciências sociais que tu podes trabalhar com pequenas propriedades. Então, é um interesse também pelo campo, porque o profissional moderno, em qualquer área, tem que se dispor tanto na cidade ou no campo ? diz Vilmara Maria da Silva.

A Faculdade de Agronomia da Ufrgs tem mais de cem anos. A última mudança no currículo, que entrou em vigor em 2009, ampliou os conhecimentos nas áreas de interesse dos alunos.

? Seria uma ênfase que nós denominamos de formação diversificada complementar. Ou seja, nos primeiros oito semestres, nos primeiros quatro anos, ele tem todos aqueles conhecimentos, só que mais enxutos. Depois, nos dois últimos semestres, o aluno pode buscar na área de plantas, na área vegetal, na área zootécnica ou na área de gestão ambiental, disciplinas opcionais que dão uma ênfase maior, um conhecimento maior dentro desses aspectos ? declarou Pedro Alberto Selbach, diretor da Faculdade de Agronomia da Ufrgs.

Metade dos 450 estudantes da graduação sempre viveu na cidade. A relação com o mercado de trabalho é direta. Hoje, são as próprias empresas que procuram a universidade em busca de profissionais que saibam aliar a tecnologia no campo com projetos de sustentabilidade.

? O mercado exigiu isso. E não só o mercado, mas principalmente as regulamentações que existem em termos ambientais, que também já começam a exigir bastante coisas. A questão da adaptação a novas tecnologias, a novos sistemas de rotação de culturas, enfim, uma série de inovações que necessitam de um profissional que tenha uma visão ampla, que tenha uma visão não só do problema em si, mas das condições do entorno ? observou Carlos Ricardo Trein, professorde mecanização agrícola da Ufrgs.