A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou nesta quarta, dia 2, o resultado de um estudo anual feito em parceria com a Cepea/Esalq que reporta uma disparada dos custos de produção na safra 2015/2016 de arroz e de soja no estado.
De acordo com a pesquisa, o arroz registra um aumento de 15% nos custos de produção na comparação com o ciclo anterior. O desembolso para a lavoura ficará em R$ 35,83 por saca de 60 quilos. O custo total, considerando o gasto com terra, sobe para R$ 43,64.
No caso da soja, a correção será ainda mais alta, conforme o levantamento. O desembolso da próxima safra aumentará 19%, totalizando R$ 45,04 por saca de 60 quilos. O custo operacional total atingirá R$ 48,23, alta de 17%, e o custo total chega a R$ 72,52.
– Nunca se viu um aumento tão grande dos custos de produção – afirma o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.
O estudo aponta quatro vetores de alta – a taxa de câmbio, que influencia no preço dos fertilizantes e agroquímicos; a energia elétrica; a alta do diesel, impactando na operação de máquinas e no frete; e o aumento dos juros.
No geral, segundo o estudo da Farsul, os custos com irrigação cresceram 38%, puxados pelo aumento da tarifa de energia elétrica de 102% nos últimos 12 meses. A alta dos fertilizantes no período foi de 44%. Já o preço dos agroquímicos subiu 19%, e o do diesel, subiu 13%.
– Estamos preocupados com o custo de produção e entendemos ser um momento importante para passar essa informação aos produtores para que possam considerá-la no momento de fazer o seu planejamento. Temos uma clara evidência de uma safra de baixa lucratividade – conclui Sperotto.