Energia elétrica e insumos cotados em dólar são dois itens que pesaram na conta do produtor neste ciclo, custo é o maior desde o lançamento do Plano Real
O levantamento anual de custo de produção da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul) aponta que os custos de produção da safra 2015/2016 para a soja será o mais alto dos últimos 21 anos, desde a criação do Plano Real, em 1994.
Conforme pesquisa realizada em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), desembolso da próxima safra de soja aumentará 19%, totalizando R$ 45,04 por saco. O custo operacional total atingirá R$ 48,23, alta de 17%, e o custo total chega a R$ 72,52 no pior dos resultados obtidos.
• Análise: Como ficará o custo de produção na próxima safra?
São quatro fatores que impulsionaram esta alta: a taxa de câmbio, que influencia no preço dos fertilizantes e agroquímicos, a energia elétrica, a alta do diesel, impactando na operação de máquinas e no frete, e o aumento dos juros.
No geral, os custos com irrigação cresceram 38%, puxados pelo aumento da tarifa de energia elétrica de 102% nos últimos 12 meses. A alta dos fertilizantes foi ainda maior no período, de até 44%. O preço dos agroquímicos subiu 19%, e dos juros sobre o capital de terceiros, 47%. O diesel subiu 13%.
– É surpreendente [o dado]. O principal fator são os fertilizantes, a cotação do dólar também está influenciando mais. Muitos falam que as vendas vão compensar, mas não temos o melhor preço histórico, está bem abaixo de anos anteriores. Nós esperamos que a relação de preços se mantenha acima do custo – comenta o coordenador da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues.
Confira a entrevista de Jorge Rodrigues para a repórter Bruna Essig:
Com informações da Farsul.