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Custo da produção de soja deve aumentar 12% em MT

O câmbio é um dos fatores que causam impacto direto ao produtor rural

Fonte: Paraná Cooperativo/divulgação

Muitos produtores de soja de Mato Grosso ainda não compraram os insumos da próxima safra. Além do endividamento, que impede a tomada de crédito, a oscilação do dólar tem deixado os produtores apreensivos. De acordo com levantamento do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), os custos de produção vão subir cerca de 12% no estado.

Para o produtor rural Antônio José Buchmann, o importante é não deixar nada para a última hora quando o assunto é o planejamento de safra. “Vendi 30% antecipado da soja para fechar o pré-custeio. Saí na frente e escapei dessa alta, me safando de um prejuízo maior ainda, porque o dólar foi a R$ 4. Com isso, consegui pelo menos travar o custo”, falou.

Segundo o presidente da Aprosoja de Mato Grosso, Endrigo Dalcin, o câmbio é um fator importante no preço da produção. “Essa incerteza do câmbio e incerteza muito no custo de produção, já que 59% do nosso custo total da lavoura é formado por câmbio”, avaliou.

A cooperativa Cooper Fibra, de Campo Verde, enfrenta dificuldades nas compras de insumos da próxima safra de soja. Segundo o gerente comercial Paulo César Barros, os produtos são todos adquiridos antecipadamente e a economia chega até 15%, mas, nesse ano, as compras ainda não foram finalizadas e o atraso foi por causa da instabilidade cambial.

A cooperativa, que tem 190 associados, teve que mudar a estratégia de negociação para diminuir os gastos. “Esse ano a gente acabou estudando um pouco mais. A gente não consegue fugir do custo em dólar, de fazer negócio em dólar, mas a gente tem tentado melhorar a nossa conta, também travando negócios em reais”, disse Barros.

A safra 2016/2017 deve ser 12% mais cara em relação à temporada passada de acordo com a estimativa do Imea. O custo de semente subiu de R$ 218 para R$ 236 reais por hectare, os defensivos passaram de R$ 834 para R$ 926 e os fertilizantes, de R$ 702 para R$ 735. Itens como operação com máquinas, mão de obra e outras despesas como armazenamento, assistência técnica e transporte tiveram alta mais moderada, mas também estão mais caros, assim como os impostos e o custo da terra.

No total, o produtor vai desembolsar cerca de R$ 3.230,00 por hectare nesta temporada. No ano passado, esses custos ficaram em R$ 2.958,00. “Nós estamos com atrasos generalizados nas compras de insumos para a próxima safra. Sabemos que a semente já está mais cara que o ano passado e os defensivos também. Precisamos terminar ainda as compras e aquisições por parte dos produtores, para fazermos uma análise geral realmente do custo efetivo da safra 2016/17”, completou Dalcin.

A orientação da Aprosoja é de que os produtores façam as contas com cautela, mas não deixem de investir em tecnologia, para que não haja problemas de produtividade nem nesta, nem nas próximas safras. “O produtor tem que aplicar boas práticas agronômicas, seguir as recomendações dos engenheiros agrônomos, fazer o monitoramento da sua fertilidades do solo, monitorar pragas e doenças nas lavouras. Essa é a orientação da Aprosoja: não plantar em áreas marginais, em áreas de aberturas de terras. Que utilizem as áreas melhores, os melhores adubos, as melhores sementes”, orientou o dirigente da Aprosoja.

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