? Os custos da produção agrícola estão em alta e o crescimento da produtividade em queda. Se levarmos em consideração os estudos da FAO e da OCDE, os preços, em média, subirão até 50% no caso das carnes e 20% no dos cereais nos próximos anos. O Brasil, principal país exportador de carnes, com 25% do mercado mundial, tende a abocanhar boa parte do ganho. É sabido que os maiores crescimentos da oferta virão de fornecedores que detêm boas tecnologias ? disse o dirigente.
Pedrozo explicou que, de certa forma, preços mais elevados são um sinal positivo para a agricultura, já que ela tem sofrido declínio real nos custos das commodities há muitos anos.
? Esses preços podem estimular investimentos no aumento da produtividade e da produção para atender a crescente demanda por alimentos ? acrescentou.
Ele acredita que, no futuro, o crescimento da população e o aumento da renda na China, Índia e outros países emergentes sustentarão as compras de carne, lácteos, óleos vegetais, arroz e açúcar.
? Mas o Brasil precisa rever sua política cambial ? declarou.
De acordo com Pedrozo, a questão ambiental ainda assusta quem produz, mas ele disse que tem fé que o projeto do novo Código Florestal brasileiro permita a regularização da situação dos produtores rurais do país.
? Sem a atualização da legislação ambiental, o Brasil terá dificuldades em cumprir sua parte no esforço mundial de redução, pela metade, da fome no mundo até 2015, uma das metas do milênio da ONU. Nesse contexto, a ONU estabeleceu para o Brasil o objetivo de ampliar em 10 milhões de hectares a área de produção ? explicou.