CVM recusa proposta de Aracruz e Sadia em processo sobre operações com derivativos

Indenizações propostas pelos 23 envolvidos nos dois casos somavam R$ 5,2 milhõesA Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recusou uma proposta de acordo financeiro feita por executivos e ex-executivos da Aracruz e da Sadia para encerramento dos processos que investigam operações irregulares, feitas em 2008, com derivativos cambiais.

As indenizações propostas pelos 23 envolvidos nos dois casos somavam R$ 5,2 milhões. De acordo com a decisão do colegiado da autarquia, publicado no site da CVM, os acordos propostos visaram a indenizar apenas a CVM, e não as empresas e os acionistas prejudicados pelas operações. O colegiado apoiou-se nos fatos e nos termos da acusação, sem examinar os argumentos da defesa, que serão avaliados no julgamento.

As propostas de sete dos nove executivos da Aracruz foram de R$ 200 mil. Isac Zagury e Carlos Aguiar, respectivamente diretor financeiro e presidente da empresa, propuseram R$ 400 mil cada um. A CVM considerou que a aceitação do pleito “não se afigura conveniente nem oportuna”.

O julgamento, neste caso, foi marcado para 7 de dezembro.

Inconveniência

No que diz respeito à Sadia, a inconveniência da proposta também foi citada como motivo para recusa do acordo, que incluía pagamento de R$ 200 mil para cada um dos 14 executivos listados no processo. As operações com derivativos em 2008 levaram a Sadia a uma perda de R$ 2,6 bilhões e a consequente venda da empresa para a Perdigão.

No caso da Aracruz, que acabou tendo o controle absorvido pelo grupo VCP, o prejuízo chegou a R$ 4,5 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Contatada por ZH Dinheiro nesta terça-feira, a Sadia preferiu não se pronunciar e justificou que apenas ex-executivos da empresa estão envolvidos no processo. A Fibria, que incorporou a Ararcruz Celulose, ainda não se manifestou.