Essa falta de informação é um dos problemas que uma lei sugerida pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA-RS) tenta combater para evitar tragédias como a de terça. A proposta prevê um calendário rígido de vistorias e manutenção que o Daer seria obrigado a cumprir. Para o presidente da entidade, Luiz Alcides Capoani, a obrigatoriedade poderia afastar problemas técnicos que comprometem as estruturas:
? Legalmente, o Daer não tem obrigatoriedade de manutenção. Tem normas técnicas, mas não é obrigado.
Segundo especialistas, o volume e a velocidade da água poderiam ter forçado à exaustão a estrutura concluída em 1963. A correnteza, arrastando a vegetação, pode ter forçado a estrutura, além de deslocar materiais sob a água, deixando as fundações sem apoio no solo. Inadequação do projeto original às condições atuais de trânsito e clima também concorrem para o colapso.
? Hoje temos como examinar com mais apuro as condições ambientais. É provável que essas pontes mais antigas tenham de ser atualizadas para atender às condições de tráfego e clima ? observa Rubem Schwingel, da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em cidades do Planalto Médio, da Serra e dos vales do Rio Pardo e do Taquari, em 18 horas, o volume de chuva chegou a 300 milímetros, equivalentes a dois meses de precipitação.
? A chuva não foi tão intensa, mas como choveu muito nas outras áreas, a vazão ficou mais forte ? diz Estael Sias, da Central de Meteorologia.