Em nota oficial, a empresa divulgou que o fechamento da indústria em Bom Retiro do Sul ocorrerá “nos próximos dias”, e que a medida foi tomada devido à forte retração do crédito e a conseqüente redução do consumo. A unidade de Sarandi e a matriz da empresa, em Nova Petrópolis, continuam suas atividades.
As especulações sobre o fechamento da fábrica, que fazia a costura de calçados, rondavam a cidade há algum tempo e os rumores cresceram nos últimos dias. Em novembro, 70 profissionais da indústria já haviam sido demitidos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Calçadistas de Bom Retiro do Sul, Jorge Adair Freitas, o movimento de demissões é crescente, e a Dakota vinha reduzindo o número de funcionários desde 2006.
? A empresa chegou a ter mil funcionários aqui. Com a crise no setor coureiro-calçadista nos últimos anos, esse número foi diminuindo aos poucos. Temos uma carga tributária muito alta no Rio Grande do Sul, o que dificulta o enfrentamento da crise ? avalia Freitas.
Outras empresas locais podem absorver parte dos demitidos
A expectativa é de que os funcionários demitidos pela Dakota possam ser absorvidos por outras indústrias de calçados da cidade, como a Calseg, a Alianza e a Devans. Essa última indústria, por exemplo, prevê a contratação de cem novos funcionários nas próximas semanas. Atualmente, a Devans conta com 220 empregados.
? Estamos transferindo parte da produção que era terceirizada para a fábrica. Por isso, podemos chegar a 320 funcionários até janeiro de 2009 ? revelou o diretor da Devans Calçados, José Silvio da Rosa, reforçando a esperança de reaproveitamento de uma parcela dos demitidos pela Dakota.
Conforme o secretário da Indústria e Comércio de Bom Retiro do Sul, Valdori da Silva, o fechamento da unidade afeta a economia do município, mas ele garante que a prefeitura já está negociando para que outra empresa adquira o prédio onde a Dakota está instalada.