Decisão de Rebelo de desistir da redução de mata ciliar pode prejudicar produtores do Paraná

Quatro módulos fiscais estabelecidos na nova lei representam 72 hectares, ou quase 90% das propriedades rurais no ParanáNo Paraná, a decisão do relator do Código Florestal, Aldo Rebelo (PcdoB/SP), de desistir da redução de mata ciliar de 30 para 15 metros em rios com até cinco metros de largura foi uma surpresa ruim. Eles esperam que a votação aconteça o quanto antes para que não haja outra mudança desfavorável no documento.

Os produtores paranaenses têm uma expectativa muito grande de que as mudanças propostas no novo Código sejam aprovadas. Mas, na busca por um consenso Rebelo recuou em relação à medida que reduzia a área com mata ciliar. A ação pode trazer consequências diretas para o Paraná.

A última alteração proposta pelo deputado atende aos ambientalistas. Ele voltou atrás e passou a sugerir que se mantenha a área de 30 metros de mata ciliar para rios com até 10 metros de largura. Na alteração proposta por ele anteriormente esta área estava reduzida para 15 metros. No Paraná a volta atrás pelo relator da matéria causou preocupação entre os produtores.

Os quatro módulos fiscais estabelecidos na nova lei representam 72 hectares, ou quase 90% das propriedades rurais no Estado, segundo o IBGE. A medida é usada como parâmetro para permitir isenções e também impor exigências ao setor produtivo do campo. Lideranças, como o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Gustavo Andrade e Lopes, acreditam que a intenção de Rebelo foi boa, mas o resultado pode ser prejudicial. Apesar de estar praticamente nas mãos do congresso, Lopes defende que o assunto seja definido através de critérios técnicos.

? Tudo o que impacta na atividade significa uma dificuldade a ser enfrentada. Mas, o entendimento em relação à mata ciliar é de que nem as entidades do setor, nem as próprias organizações não governamentais, ambientalistas, nem mesmo um parlamentar tem que estabelecer, fixar um número genérico para o Brasil da mata ciliar. Isso é um assunto técnico, que a ciência, que a pesquisa tem que ser muito mais flexível a se adaptar à realidade de cada propriedade rural. Ela tem que ser muito mais flexível e identificar as necessidades e características individuais de cada propriedade, de cada região, de cada microbacia para que realmente a regra seja a mais correta em relação ao ambiente ? diz.