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– O Conselho se reúne geralmente na última quinta-feira do mês, mas a gente espera que haja uma reunião extraordinária antes – disse nesta terça, dia 11, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno, Flávio Turra.
A expectativa da câmara setorial, que reúne representantes do setor produtivo, indústria e governo, é de que o CMN aprove reajuste de 16% do preço mínimo de garantia do trigo, hoje de R$ 531 a tonelada; aumento nos valores de subvenção do seguro rural – de R$ 60 milhões em 2013 – e para comercialização (R$ 430 milhões no ciclo passado), além de medidas para barrar a entrada de derivados de trigo importados – especialmente a farinha de trigo argentina.
O preço mínimo de garantia é usado como referência para políticas públicas, como na compra do trigo para formar estoques reguladores. Já a reivindicação sobre a adoção de barreiras à farinha argentina se deve ao fato de que no país vizinho o imposto sobre o grão é superior ao que incide nas vendas externas de farinha e mistura de trigo. O Brasil é um importador de trigo em grão – em 2013 o volume chegou a quase 70% das necessidades de moagem dos moinhos – e a Argentina é um dos seus principais fornecedores.
A Câmara Setorial dos Cereais de Inverno fez nesta terça, dia 11, no Ministério da Agricultura sua primeira reunião do ano e cobrou o atendimento desta pauta pelo governo. Os produtores, no entanto, não forma atendidos. A promessa era de que os temas seriam discutidos em fevereiro, antes do início do plantio, iniciado na segunda, dia 10, em algumas regiões produtoras.
– Sem sombra de dúvidas, esperávamos sair daqui com essa definição [do preço mínimo], exatamente para que aqueles produtores que têm intenção de cultivar esse cereal, altamente importante para os Estados e para o Brasil, tomassem suas definições. O Estado do Paraná, pelo zoneamento agroclimático, começou há dois dias e, por incrível que pareça, não há definições – afirma o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim.
Safra
Apesar da demora na definição do novo preço mínimo, o setor estima uma colheita recorde de 7 milhões de toneladas do cereal. O Paraná, segundo maior produtor de trigo do país, já iniciou o plantio da cultura. No Rio Grande do Sul, maior produtor, o cultivo começa em maio. A previsão é aumento da área plantada e da produção.
– A área de trigo vai crescer no Rio Grande do Sul. Na região de Não-Me-Toque, o aumento será de 10%. O ano passado foi atípico, de recuperação. Se o mercado internacional não se recuperar, serão necessárias medidas do governo para ajudar a levar o produto para o Norte e o Nordeste – afirma o gerente comercial de grãos da Cotrijal, Luis Claudio Gomes.