– O Mapa é parceiro do produtor e não está se omitindo nesta questão. Não vemos a Helicoverpa como um problema da Bahia, mas de todo o país – disse.
A expectativa dos produtores é que o decreto seja assinado na próxima semana e o uso emergencial do produto seja liberado pelo Ministério Público da Bahia. Durante o evento, Cósam apresentou o Programa Nacional de Manejo da Mosca Branca e da Helicoverpa.
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Julio Busato, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), lembrou que em fevereiro, durante o Fórum sobre Helicoverpa da Bahia, a preocupação com a lagarta já era muito grande.
– Hoje podemos ver que perdemos esta batalha. Entre gastos com defensivos e perda na produção, somamos mais de R$ 1,5 bilhão. Precisamos agora nos reagrupar, nos organizar e nos preparar para a próxima batalha que virá a partir de outubro – disse Busato.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Ladislau Martim Neto, firmou o compromisso de pesquisa da Empresa para enfrentar o problema da Helicoverpa armigera e anunciou a criação de um novo programa.
– Estamos trabalhando pelo lançamento do Programa Nacional de Melhoramento Genético Preventivo. Assim conseguimos antever problemas como este que estamos enfrentando – contou. Mas, segundo ele, no momento, é preciso pensar em um manejo integrado de pragas efetivo para a situação de emergência.
Programa Fitossanitário da Bahia
Durante o Seminário, o diretor da Abapa, Celito Breda, apresentou o Programa Fitossanitário da Bahia com propostas de ações de manejo da Helicoverpa armigera elaboradas pelos grupos de trabalho formados por pesquisadores, consultores e técnicos do Oeste da Bahia, técnicos de empresas, Adab, além de entomologistas do Brasil e da Austrália.
O grupo de Calendário de Plantio e Vazio Sanitário propôs prazo para a duração e a posição do vazio sanitário; datas de plantio e colheita das culturas; porcentagem de refúgio para as culturas de milho e algodão e as estratégias de uso do refúgio estruturado. Sobre o vazio sanitário, foi destacado que o objetivo é evitar a ponte verde para pragas infestantes e ele será revisto anualmente, respeitando a legislação vigente. O segundo grupo com tema Calendarização do uso de Inseticidas sistematizou as recomendações para as culturas do algodão, milho e soja.
O grupo de Agentes de Controle Biológico, em parceria com universidades e institutos de pesquisa, propôs fazer testes com parasitóides, bactérias, fungos e vírus para combater a Helicoverpa spp.
O grupo de Áreas Irrigadas propôs a eliminação mecânica de pupas; o uso intensivo de produtos biológicos e inimigos naturais para o controle de pragas e uso de armadilhas e iscas tóxicas, além de outros métodos para o controle físico de mariposas. Foi ressaltada a importância da rotação e culturas; definição de janelas de plantio; adoção de áreas de refúgio e destruição de restos culturais, plantas voluntárias e outros hospedeiros.
Por fim, foram apresentadas as propostas do grupo de Controle de Pupas (sequeiro e irrigado) formuladas, sob orientação do entomologista australiano, doutor David Murray. As ações são o estabelecimento de métodos de amostragem de pupas no solo e o levantamento de espécies inimigas naturais de pupas.