? A expectativa é de que teremos um lucro ainda pequeno em 2011, pois o mercado reagiu muito pouco; a incerteza do setor e a queda produção da cana postergaram investimentos para 2012, quando, acredito, haverá uma recuperação maior no desempenho da companhia ? disse à Agência Estado Sérgio Leme dos Santos, diretor presidente da Dedini, maior indústria de base do setor sucroenergético do País.
Segundo ele, apesar de consultas e orçamentos solicitados, não há projetos greenfield (novas fábricas) definidos para o próximo ano, e as demandas do setor são apenas de brownfields, ou seja, da ampliação das unidades já existentes.
A Dedini divulgou nesta terça, dia 20, o balanço de 2010, no qual relatou prejuízo líquido consolidado de R$ 12,506 milhões, forte redução de 90,9% sobre o prejuízo líquido de R$ 137,09 milhões de 2009. Para Santos, a demora superior a nove meses para a publicação do balanço ocorreu porque a empresa se adaptou às demonstrações financeiras e à legislação internacional. A melhora no desempenho financeiro da empresa, com a redução no prejuízo, ocorreu, segundo o executivo, após uma política de corte de custos e de melhoria de produtividade.
? Apertamos o cinto em despesas, fizemos compras melhores e ainda eliminamos fatores não recorrentes, como a inadimplência de 2009, fruto da crise de 2008 ? disse Santos.
A Dedini obteve uma receita líquida consolidada de R$ 804,4 milhões em 2010, queda de 29,3% sobre o total de R$ 1,138 bilhão de 2009. O custo dos produtos e dos serviços prestados atingiu R$ 733,43 milhões, 36,61% menor que os R$ 1,157 bilhão do ano anterior. A companhia informou ainda que saiu de um prejuízo bruto de R$ 18,766 milhões em 2009 para um lucro bruto de R$ 70,98 milhões no ano passado. A Dedini aposta na melhoria, ainda em 2011, nas encomendas de outros setores, principalmente o de petróleo e gás.
? As encomendas desse setor normalmente ocorrem no segundo semestre e terão impacto em 2012 ? disse o executivo, que comemora também os anúncios previstos pela Petrobras no setor sucroenergético. ? Isso nos anima, porque há uma parceria e a Dedini é um fornecedor muito interessante da Petrobras ? concluiu.